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    Fernando Lavieri

    Jornalista, com passagens pela IstoÉ e revista Caros Amigos

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    O Conselho de Segurança da ONU precisa do Sul Global

    O núcleo da Organização das Nações Unidas tem de mudar e acolher outros países para a preservação da humanidade

    Reunião do Conselho de Segurança da ONU (Foto: REUTERS/Stephani Spindel)

    Atenção: a situação da Organização das Nações Unidas nunca esteve tão ruim. A crise é gigante e fez com que a ONU perdesse relevância. Tal coisa acontece em meio a urgência da questão palestina, do conflito na Ucrânia e da crise climática; assuntos rechaçados pelos Estados Unidos sob Trump e mal cobertos pela imprensa ocidental. São temas cruciais que não podem perder peso no cotidiano. A postura estadunidense impõe ao Conselho de Segurança apatia, ele, como está, não têm capacidade de conter ou controlar a beligerância. O que fazer? A resposta é: reformular o Conselho de Segurança já. 

    Sendo o Conselho de Segurança da ONU a instância que deveria ser capaz de vetar à barbárie é fundamental que países como o Brasil, dirigido por Lula, a África do Sul, de Cyril Ramaphosa, sejam elevados a membros permanentes como os outros cinco países: Reino Unido, França, EUA, China e Rússia. Entram como candidatos naturais também o Japão, a Alemanha e Índia, que corre por fora. O Brasil, aliás, é o único país que conta com o apoio tácito das nações detentoras de armas nucleares. 

    Muito bem. Rússia e China não aceitariam conceder acento permanente ao Japão e a Alemanha devido ao  tempo da Segunda Guerra Mundial. A Índia, a pesar de ter armamento nuclear, nunca conseguiu apoio suficiente para empreitada. Ocorre, porém,  que o Brasil e a África do Sul não têm contencioso direto com qualquer um dos cinco membros permanentes e ambas as nações, por tanto, podem integrar o Conselho de Segurança e alterar sua atuação com velocidade. 

    Ao pensarmos no início do século XXI, os conflitos com envolvimentos diversos, o Onze de Setembro é o caso que o inaugura. Na sequência, a invasão do Iraque não demorou, surgiu logo ao florescer do novo centenário, em 2003. E, com ela, algo novo no campo da diplomacia apareceu: os Estados Unidos desrespeitaram o Conselho de Segurança da Organização das  Nações Unidas. O órgão disse não a belicosidade estadunidense, mas o republicano George Bush não acatou a decisão e invadiu o país. Os estadunidenses diziam na época que “a diplomacia não funcionou”, então, o Iraque foi invadido.

    A partir desse momento ficou evidente que o Conselho de Segurança precisava de reformulação. É fundamental que outros países possam integrar a seção mais importante da ONU, sobretudo, nações de continentes não contemplados. É preciso ter em mente que as decisões tomadas pelo Conselho de Segurança são importantíssimas, vida ou morte de milhões de pessoas inocentes estão em jogo, entre outros aspectos da vida. Mais: as cinco nações que detêm armas nucleares têm de dar ouvidos a outras que não as têm. Isso traria sobriedade, razão, empatia as deliberações. A humanidade precisa de muitas coisas para não deixar de existir e é necessário que a mudança comece nos organismos que ainda detém alguma importância frente ao capitalismo.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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