O crime perfeito
Enfim, luz no fim do túnel. Este fio da meada da ABIN Paralela poderá desvendar muitos crimes...
Todos sabemos que o crime perfeito não existe, a não ser na imaginação criminosa. Claro que muitos crimes são tão bem feitos que seu desvendamento somente se dá após a morte de executantes, intermediáros e mandantes. Mas um dia toda a trama será desfeita. Melhor seria dizer: quando a polícia efetivamente quer, desvenda, a não ser que...
Tudo está no “que” ou no “quem” está por trás, quem impede, quem deixa pra lá, quem acha muito difícil desvendar ou muito recebe para tudo esquecer. Não é assim? Um dia prescreve, para que insistir tanto nisso se há tantos crimes “maiores” a cada dia? Vamos concentrar no crime de hoje, pois o bandido pode cometer novos crimes... E assim aquela apuração vai ficando para depois até cair no esquecimento ou prescrever. Dois crimes, atualmente estão no topo do noticiário, ambos envolvendo direta – ou indiretamente – Bolsonaro e sua família: a fakeada de Juiz de Fora e o assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Mas antes de entrar nestes casos, quero lembrar um outro fato ainda não bem esclarecido: o “acidente” que vitimou o ministro Teori Zavaski. Era um dos mais sérios ministros do STF e que tinha em mãos a possibilidade de controle da operação Laja (ou Suja?) a Jato, que mais tarde se revelou criminosa. Quem sabe as atuais investigações que deverão levar o ex-juiz ladrão, como Moro era chamado para a cadeia, porão uma luz sobre o assunto? Senão teremos de esperar os 50 anos em que a CIA libera para conhecimento dos simples mortais seus documentos secretos.
Mas vamos aos casos mais recentes que estão vindo ou retornando à tona. No caso da fakeada, até hoje não sabemos oficialmente como, nem quem, contratou o pobre Adelio Bispo de Oliveira para se prestar ao papel de faquear ou simular a faqueada. Tudo apesar da ampla investigação jornalística do Brasil247, através de Joaquim de Carvalho. O pobre coitado continua preso, numa situação que parece irregular, sem acusação precisa nem defesa eficiente. Até quando? Mas apareceu uma luz ao fim do túnel: a investigação que a Polícia Federal realiza sobre a quadrilha que está por traz da tentativa de golpe de 8 de janeiro e da ABIN Paralela comanda pelo atual deputado Alexandre Ramagem (sob orientação do general Heleno e do presidente Bolsonaro), levou ao afastamento da PF, determinado pelo STF, de vários membros da própria PF, entre ele dois dos “seguranças” de Juiz de Fora que, segundo a versão oficial, “falharam” na segurança do então candidato, possibilitando a “facada”. Só que, após Bolsonaro assumir o governo, os dois “faltosos” foram promovidos pelo Ramagem. Ou seja: para o crime, a “falha” às vezes é boa... compensa... E o mais novo de tudo é que O Globo, na coluna do jornalista Lauro Jardim, reconheceu o fato, repercutiu a denúncia já antiga do Brasil247/Joaquim de Carvalho.
Enfim, luz no fim do túnel. Este fio da meada da ABIN Paralela poderá desvendar muitos crimes...
O outro caso é o assassinato da vereadora Marielle e do motorista Anderson. Embora os executantes já estejam na cadeia, os mandates ainda são desconhecidos, imaginam-se impunes. Ainda. O próprio ministro da Justiça a caminho do STF, Flávio Dino, declarou que as investigações estão chegando ao fim, tudo deverá ser esclarecido em breve. E quando especulações surgiram incriminando um conselheiro do Tribunal de Contas fluminense como o mandante, Bolsonaro manifestou-se com satisfação, parecendo dizer “agora vai colar uma pista falsa”. Mas o STF e a Polícia Federal estão agindo om muito rigor e seriedade. A descoberta de que a ABIN Paralela acompanhava a promotora que investigava o caso, revela, claramente, que havia um “interesse maior”, “federal” já que o órgão ilegal existia para beneficiar a familicia Bolsonaro.
Com vontade política, tudo vai ficar claro: o aparelhamento do Estado em benefício de pequeno grupo criminoso que se iniciou com a deposição da presidenta Dilma e fortaleceu-se criando uma ampla organização criminosa com ramificação nos diversos órgãos policiais e militares. Mas tudo, com certeza, poderá der esclarecido e todos os criminosos conhecerão as grades, desde agentes menores pagos para executar, aos intermediáros, até os capitães e generais que a tudo comandavam.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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