O efeito inercial em uma eleição
Nesta eleição, Alckmin parece a bola da vez. PM acuada por PCC, falta de água, violência, transporte caótico, nada, mas nada mesmo pega no virtual reeleito
Existe, ainda que raro, um fenômeno interessante em algumas eleições: o efeito teflon. Presenciei este fenômeno, pela primeira vez, nas eleições de 1982, com Franco Montoro (ao governo de SP). Nada o atingia. Enfrentou adversários importantes: Lula, Rogê Ferreira (socialista histórico) e Reinaldo de Barros. Quase uma semana antes do voto ser depositado na urna (era assim naquela época) já se viam outdoors espalhados pelas ruas da capital paulista convidando para a festa da vitória de Montoro.
Lula parece ser um fenômeno mais recente. Nada cola nele. Por mais duro que seja o ataque. E por mais que Sarney tente destilar seu rancor por ter sido abandonado pelo metalúrgico.
Mas, nesta eleição, Alckmin parece a bola da vez. PM acuada por PCC, falta de água, violência, transporte caótico, nada, mas nada mesmo pega no virtual reeleito.
Quando uma campanha pega a banguela, ocorre um movimento inercial, uma certeza tão forte no eleitorado, que é como se ocorresse uma história paralela, numa outra dimensão temporal e espacial. O eleitor lê as notícias e fica totalmente gelado por dentro, nada o comove e remove sua certeza. Muitas vezes, não chega nem ser empatia com o candidato. É fatura fechada, mesmo. Como se dissesse: “assunto encerrado”.
Aqui em Minas, parece que Pimentel entrou nesta onda. O PSDB se debate, apela, mostra o bico, afia as unhas e…. nada. O eleitor parece dizer aos tucanos: “assunto encerrado”.
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