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    Renato Farac

    Engenheiro Florestal formado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ/USP). Membro do Comitê Central Nacional do Partido da Causa Operária (PCO)

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    O fascismo que a esquerda identitária se recusa a combater

    Enquanto as milícias fascistas atuam abertamente no campo, a esquerda identitária e lacradora fica brincando no twitter

    (Foto: Reprodução)

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    No último dia dez, as milícias dos latifundiários pernambucanos agiu em mais um ato de selvageria fascista. O pequeno Jonatas, de apenas nove anos, foi brutalmente executado a tiros, na frente da mãe, no município de Barreiros, Zona da Mata Sul de Pernambuco.

    O crime ocorreu no engenho Roncadorzinho, onde moram mais de 60 famílias, há mais de 40 anos, após a falência das usinas onde moradores trabalhavam. O Engenho foi propriedade da Usina Central Barreiros, atualmente uma Massa Falida sob administração do Poder Judiciário. Hoje abriga mais de 400 pessoas, 150 delas são crianças.

    O pequeno Jonatas era filho do presidente da associação dos agricultores familiares do local, companheiro Geovane da Silva Santos, que também foi atingido no ombro pelos disparos, mas sobreviveu.

    As milícias fascistas formada pelos latifundiários da região invadiram a casa de Geovane e deram de cara com a liderança camponesa e atiraram em um tiro certeiro que o derrubou. Enquanto os pistoleiros tentavam entrar na residência e depois atiraram contra Geovane, sua esposa e seu filho Jonatas, que não tem nenhuma relação com a luta pela terra, sendo que seu crime perante os latifundiários é ser filho de um militante da luta pela terra, correram para seu quarto e se esconderam debaixo da cama.

    Durante a ação criminosa, a liderança Geovane conseguiu fugir mesmo baleado. Enquanto isso, os pistoleiros procuraram por mais pessoas dentro da casa e encontraram Jonatas e sua mãe escondidos debaixo da cama. De maneira criminosa e um ato de selvageria explicita, que deixaria qualquer nazista e fascista de carteirinha com inveja, os pistoleiros arrancaram o pequeno Jonatas que estava nos braços de sua mãe e sob sua proteção, o arrastaram e o executaram sumariamente na frente da mãe com um tiro da cabeça.

    Depois de acabar com a vida da criança de nove anos, a milícia saiu da casa e fugiu.

    O que mais me chamou a atenção nesse caso não foi a brutalidade das milícias fascistas organizadas pelo latifúndio que sempre atuam dessa maneira, mas sim o silencio total da esquerda pequeno burguesa lacradora e canceladora. Os identitários ficaram calados e não fizeram nada. Incendiários de “perigosas” estatuas não fizeram nem um “tuíte” combativo e revolucionário como costumam fazer quase que diariamente contra o ex-presidente Lula.

    Há também um silêncio “ensurdecedor” da esquerda financiada pela Folha de S.Paulo e pelo imperialismo.

    Poucos dias antes, toda essa esquerda citada acima estava numa guerra canceladora contra o youtuber perigosíssimo Monark por uma declaração em seu programa de entrevistas no Flow. Monark, que não representa nenhum perigo para a sociedade, não possui nenhuma milícia contra camponeses e muito menos é um nazista, como foi propagada por essa esquerda imperialista e a imprensa golpista, só faltou ser linchado nas ruas por esses combatentes “antifas” da esquerda e da direita, como João Doria, Eduardo Bolsonaro, Alexandre de Moraes, Augusto Aras, entre tantos outros elementos fascistas.

    Não quero entrar na campanha histérica da esquerda contra a liberdade de expressão e nos ataques ao youtuber Monark, mas sua total incapacidade de lutar contra o fascismo real e não imaginário.

    Contra essa face criminosa do nazismo não se vê nenhuma disposição de luta. Pelo contrário, até mesmo os atos pelo fim do governo fascista, pelo Fora Bolsonaro, foram cancelados como resultado da pressão dos setores da esquerda que defendem a frente ampla com a direita golpista, incluindo com representantes das organizações que organizam ou apoiam o massacre não campo e na cidade como o PSDB e MBL.

    Não é por acaso que o imperialismo e a imprensa golpista faz propaganda desse setores identitários, da esquerda financiada pelo imperialismo como o PSOL, dos canceladores, dos defumadores de estátuas entre muitos outros.

    Esses dois casos mostraram que são financiados pela direita, pois não denunciam o nazismo real ou as ações fascistas que ocorrem quase que diariamente nas favelas e no campo brasileiro. Essa esquerda identitária apenas serve para ser manipulada pela direita, nada mais.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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