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    Rubens Otoni

    Deputado Federal (PT-GO), vice-presidente da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura - Câmara Temática de Mobilidade Urbana

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    O futuro da mobilidade urbana

    "A formação e a capacitação no setor da mobilidade urbana vão além do ensino de pessoas. Trata-se de uma estratégia de desenvolvimento nacional"

    (Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil)

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    Um dos grandes desafios na implementação de projetos de mobilidade urbana no País é a formação de mão de obra especializada. Vislumbram-se novos negócios que poderão gerar milhares de empregos e proporcionar avanços na acessibilidade e inclusão social, na redução da poluição ambiental e de sinistros de trânsito, bem como na priorização do transporte público coletivo e do ativo e a pé. 

    Nesse contexto, é fundamental intensificar os investimentos na formação adequada dos atuais e futuros trabalhadores que estarão à frente desse setor, garantindo um fluxo contínuo de talentos qualificados e preparados para enfrentar a complexidade da mobilidade urbana e para prestar melhores serviços.

    O segmento demanda profissionais nas mais diferentes áreas do saber: urbanistas, engenheiros, geógrafos, economistas, administradores, advogados, tecnólogos, operadores, profissionais das áreas social, ambiental e de tecnologia da informação etc. 

    A dinâmica urbana e a complexidade nos deslocamentos de pessoas e cargas exigem conhecimentos e experiências sobre comportamento humano, infraestruturas, regulação, finanças, tecnologias, impactos sociais e ambientais entre outros.

    Para se ter uma noção sobre o tamanho do setor no cenário atual, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), somente nos  serviços organizados de transporte público por ônibus são 332.054 pessoas diretamente empregadas por 1.577 empresas operadores, em 2.703 municípios brasileiros. Em relação a empreendimentos de infraestrutura de priorização ao transporte público, existem 123 obras em execução e mais 218 projetos em elaboração.

    É razoável perceber que os grandes desafios do setor, como trânsito caótico, serviços de transporte público insuficientes, falta de priorização para ciclistas e pedestres, quantidade e gravidade de sinistros, degradação ambiental, tendem a permanecer como problemas para os próximos anos, ocupando as agendas das autoridades públicas e privadas. 

    O fato é que se vislumbram oportunidades presentes e futuras para implantação e ampliação de soluções voltadas à melhoria da mobilidade urbana nas nossas cidades. Nessa linha, além dos recursos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) , que prevê um montante de 48,1 bilhões de reais, destaca-se a Estratégia Nacional da Mobilidade Urbana, conduzida pelo Ministério das Cidades em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na esfera dessa parceria, estão sendo realizados estudos das 21 Regiões Metropolitanas com população superior a 1 milhão de habitantes, os quais fornecerão orientações e subsídios para novos investimentos em mobilidade urbana com potencial para beneficiar 42% da população do Brasil. 

    Nesse cenário de grandes transformações, a formação e a capacitação no setor da mobilidade urbana vão além do ensino de pessoas. Trata-se  de uma estratégia de desenvolvimento nacional e de fortalecimento de instituições. Quando se qualificam estudantes e profissionais, também se investe no futuro das nossas cidades, na eficiência dos sistemas de transporte e na qualidade de vida dos cidadãos.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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