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    Cássio Vilela Prado

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    O futuro governo de Jair já deu certo

    Pode-se asseverar que o próximo governo do visceral deputado eleito Jair Messias já deu certo. Não há a menor dúvida quanto a isso. Ele se encaixa perfeitamente bem aos anseios daqueles que o patrocinaram: latifundiários, banqueiros, especuladores financistas, militares, membros do poder judiciário, grandes empresários e demais asseclas ricos deste país

    O futuro governo de Jair já deu certo (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

    Pode-se asseverar que o próximo governo do visceral deputado eleito Jair Messias já deu certo. Não há a menor dúvida quanto a isso. Ele se encaixa perfeitamente bem aos anseios daqueles que o patrocinaram: latifundiários, banqueiros, especuladores financistas, militares, membros do poder judiciário, grandes empresários e demais asseclas ricos deste país. Contraditoriamente, estes agraciados pelas iminentes benesses de Jair representam pouco mais de 3% da população brasileira que conseguiram mobilizar mais de 57.797.847 votos no 2º turno (55,13% dos votos válidos) das eleições para presidente da república em 2018, num universo de 147,3 milhões de eleitores – conforme dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) –. Ou seja, na realidade Jair obteve apenas 39,24% dos votos dos eleitores brasileiros, levando em consideração as abstinências, votos nulos e brancos.

    Faz anos que Jair tem um projeto de poder, inclusive para os seus filhos e apadrinhados políticos, embora dentro da Lei, apesar de que a Lei é apenas um instrumento de manobras convenientes a essa mesma classe (3%) que a faz e a refaz segundo as suas intenções. A Lei não é um fim, senão um meio artificial para se chegar a um determinado fim.

    Caso a Lei fosse de fato cumprida, em suas dimensões legais e morais, Jair sequer poderia ser candidato a quaisquer que sejam os cargos públicos, pois violou grosseiramente os Código Penal e Civil devido às suas declarações e aos seus atos imersos de injúria racial, incitação ao estupro e à violência, apologia a torturador, misoginia, xenofobia e outros acintes violadores da Declaração Universal de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).

    Foi com esse repertório linguístico e comportamental de exterminação das diferenças que Jair atraiu, estranhamente, os seus séquitos eleitores.

    Por que estranhamente?

    Por dois motivos principais, dentre outros. Primeiramente porque o escroto e aversivo discurso de Jair mobilizou os desejos mais primitivos daqueles que não conseguem avançar no pacto civilizatório que compreende a convivência democrática com a diferença (Outro), a partir da convivência com o "estranho" (inconsciente) que os habita, projetando os seus sentimentos pueris de destruição no outro exterior diferente.

    O segundo motivo pode ser conjecturado a partir da representação imaginária construída nos últimos anos de que o responsável por todas as mazelas nacionais e pessoais do povo brasileiro foram causadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT), sobretudo pelo ex-presidente Lula, já encarcerado sob as barbas de seu carrasco Moro, agora ministro de Jair.

    Os dois motivos apresentados acima devem ser entendidos como complementares e interdependentes, embora o primeiro seja infelizmente o mais importante, pois sem ele não haveria o segundo tal como se manifestou.

    O inconsciente político brasileiro, enraizado desde o colonialismo estrangeiro no ano de 1500 pouco mudou, embora tenha saído das profundezas do inferno.

    Como sempre, exceto nos 12 anos de governo socialdemocrata petista, a maioria do povo brasileiro, principalmente a classe trabalhadora, volta a comer capim, conforme já foi ofertado por Jair em suas declarações absurdas. Talvez sobre pouco mais do que capim, senão algumas migalhas do pão que o diabo amassou.

    Verdade, o futuro governo de Jair já deu certo. Vamos todos continuar com a nossa torcida para os latifundiários, banqueiros, especuladores financistas, militares, membros do poder judiciário, grandes empresários e demais asseclas ricos deste país.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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