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    Fernando Lavieri

    Jornalista, com passagens pela IstoÉ e revista Caros Amigos

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    O genocídio palestino é irrefutável

    Lula está certo! A Faixa de Gaza se tornou o maior cemitério de crianças e mulheres de todo o mundo.

    Prédios destruídos no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza 22/02/2024 REUTERS/Mahmoud Issa (Foto: REUTERS/Mahmoud Issa)

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    Tanto o presidente do Brasil quanto os seus pares reunidos em Kazan, na Rússia, para cúpula do Brics, tiveram inúmeros assuntos a tratar, é fato. Mas nesse momento não há tema mais importante para humanidade que o genocídio do povo palestino. Mesmo à distância, Lula fez muito bem em chamar atenção para o morticínio. Para quem duvida das palavras do presidente Lula ou ainda prefere acreditar nos leitores de releases sionistas na grande imprensa, comece a pensar assim: o que te chama atenção nas redes sociais? Produtos, serviços, pessoas falando sobre a vida e a respeito de suas individualidades ? Receitas, dietas, exercícios? Pois bem. Pare tudo que está fazendo nesse momento. Deixe de lado suas predileções particulares e observe pelas mesmas redes sociais, com atenção, o impressionante drama que o povo palestino está passando. Todas as pessoas que prezam verdadeiramente pela humanidade têm a obrigação de se debruçar sobre Gaza. Esse também é o evento político mais importante do século XXI. 

    As redes sociais, um desbunde de alegria e beleza, está sendo usada bravamente pela resistência palestina para mostrar a todas as pessoas a agressão atroz do sionismo. É possível ver com facilidade inúmeras imagens de crianças mortas em meio aos escombros do sem número de prédios destruídos. A crueldade sionista fez os sentimentos de tristeza e revolta algo vivo e crescente por todo o mundo. Em Gaza há mulheres e crianças que perambulam pelos restos de ruas com dores lancinantes por todo o corpo e alma, fome e sede de dias. Ao ligar o smartphone mire as imagens do breve, mas árduo período de sete de outubro de 2023 até agora. O ataque do Hamas matou um mil e duzentos pessoas, pelo que se entende como número certo. Agora, veja como a morte atingiu os palestinos. 

    Houve, ao menos, quarenta e duas mil mortes reconhecidas, sendo dezessete mil crianças; cerca de cem mil feridos dos quais mais de três mil e quinhentos amputados; mais de setenta mil toneladas de bombas foram lançadas contra Gaza, número que supera os bombardeios na Segunda Guerra Mundial; devido às explosões, a infraestrutura de água, saneamento e rodoviária foi fartamente destruída; na Faixa de Gaza há fome intensa, desnutrição avassaladora e por essa causa, mortes de crianças menores de cinco anos de idade; quinze ONGs humanitárias de diversas matizes denunciaram conjuntamente Israel por impedir a chegada de ajuda à região, ou seja, não há água, alimentos e remédios; aos jornalistas da grande imprensa brasileira que, dia após dia, apenas repassam os releases sionistas, que fingem não estar sabendo a contento da situação, informo: mais de cento e trinta colegas de profissão morreram devido aos ataques sionistas; quase a totalidade do patrimônio histórico, cultural e religioso de Gaza foi destruído. Tais danos vêm sendo registrados por vídeo e apresentados nas rede sociais diariamente. Os comandados de Benjamin Netanyahu cometeram todos os crimes de guerra previstos em texto jurídicos e aqueles que ainda não haviam sido imaginados. Segundo a revista The Lancet, uma das mais prestigiosas publicações científicas, a quantidade de mortes é muito maior que o apresentado aqui. O número correto, segundo a publicação, é: cento e cinquenta mil vidas ceifadas. Não esqueça, o massacre palestino diferentemente de outros pode ser visto na palma da mão por meio do smartphone. 

    O sionismo tenta ludibriar a análise dizendo que Israel está exercendo o seu direito de defesa. Mentira! A legislação internacional aponta, basicamente, que é genocídio quaisquer atos cometidos com a intenção de destruir no todo ou em parte um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. É possível verificar tal situação em Gaza. Agora, para além do aspecto jurídico, por lógica,  buscamos na história episódio de genocídio semelhante, experiência que confirme a afirmação de que hoje Israel comete genocídio contra o povo palestino, isso existe. Comparação de acontecimentos dessa magnitude é sempre coisa complexa, mas como há intenção de parte dos atores desse contexto negar o genocídio palestino, se faz necessário o cotejo. Em 1995, ocorreu o genocídio de Srebrenica, na antiga Iugoslávia. Na ocasião, sem entrarmos nos detalhes agora, pouco mais de oito mil pessoas foram massacradas. Então, a partir desses argumentos, como é possível negar o genocídio do povo palestino, cujo morticínio é muito superior? Não há dúvidas. Trata-se de genocídio. 

    Após falarmos a exaustão sobre os números do massacre é fundamental lembrarmos que tais números servem para quantificar e apresentar a todo o mundo o que o regime  sionista está fazendo no Oriente Médio, especialmente ao povo palestino. Mas o assunto aqui não é sobre estatística, é a respeito da catástrofe planejada contra os palestinos, isso sim. Que as lideranças políticas que ainda detém resquícios de humanidade parem, seja como for, a matança.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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