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    Alex Solnik

    Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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    O maior adversário de Lula em 2026

    Ele é o campeão em agradecer com a toga

    Lula (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

    Nunca antes na história do STF um ministro agradeceu tanto com a toga ao presidente que o nomeou.

    A lista de alinhamentos é extensa.

    Ele suspendeu, por exemplo, a decisão do plenário do STF que cassou o deputado Fernando Francischini por disseminar desinformação sobre fraude nas urnas eletrônicas, a principal bandeira de Bolsonaro em 2022.

    Foi o único dos 11 ministros do STF pela absolvição do deputado Daniel Silveira, que incitou o linchamento do presidente do TSE e seu colega de STF, Alexandre de Moraes, o maior inimigo de Bolsonaro.

    Votou para barrar a reeleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara dos Deputados, outro inimigo declarado do então presidente da República. Mas votou a favor da reeleição do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, aliado de seu patrono.

    Durante a pandemia, deu um show de subserviência.

    Votou a favor da liberação de cultos, atendendo aos apelos das lideranças evangélicas, o grande eleitorado de Bolsonaro. 

    Decidiu que os estados não poderiam decidir sobre obrigatoriedade de vacinação, só o governo federal. E quem estava no governo era quem o nomeou.

    Foi o ministro que tomou mais decisões contra a CPI da Covid, para a qual Bolsonaro foi responsável por milhares de vítimas em razão de seu comportamento anti-ciência.

    Em outra seara de interesse de outro grupo de apoiadores de Bolsonaro, o agro-business, votou a favor do marco temporal das terras indígenas.

    Em 30 de junho de 2023, foi voto vencido contra a inelegibilidade de Bolsonaro, quando a maioria já estava formada.

    Neste 2024, a 10 de maio, rejeitou um habeas corpus a favor de Bolsonaro, o que, à primeira vista, soa como uma decisão contra seu mentor. Mas não. Ele o rejeitou porque o pedido não veio da defesa de Bolsonaro, portanto não era de seu interesse.

    Este é o currículo de Kássio Nunes Marques desde 5 de novembro de 2020 quando passou a ocupar uma das cadeiras do STF.

    Atual vice-presidente, ele será presidente do TSE a partir de junho de 2026, em meio à campanha em que Lula provavelmente irá tentar a reeleição.

    Como já vimos na eleição anterior, o presidente do TSE é muito poderoso. Não foi o plenário, mas o então presidente, Alexandre de Moraes, quem segurou o touro à unha, quem se opôs a todas as investidas de Bolsonaro e seus aliados, e garantiu as eleições e a posse do vencedor.

    O histórico sugere que Nunes Marques ficará a favor de Bolsonaro e contra Lula, seu arqui-inimigo, em casos de litígio,  já provou inúmeras vezes que não tem o menor problema em nadar contra a corrente para proteger aquele que lhe deu um reluzente posto vitalício com o qual jamais sonhou.

    Na presidência do TSE, Nunes Marques fará tudo o que seu mestre mandar.

    Vai chefiar o tribunal não sob a espada de Dâmocles, mas de Bolsonaro.   

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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