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    Luciano Teles

    Professor adjunto de História do Brasil e da Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e autor de artigos e livros sobre a história da imprensa operária e do movimento de trabalhadores no Amazonas.

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    O MBL enganou muita gente: nunca foi apartidário e agora mostra a sua face de extrema-direita defensora do nazismo

    "Há fortes suspeitas de que eles receberam financiamento de parlamentares e externo também"

    (Foto: DIVULGAÇÃO/POLÍCIA CIVIL)

    Quem ainda não viu o documentário “O dia que durou 21 anos” deve assistir. Sobretudo porque ele contém um belo desenho histórico de como o golpe civil-militar foi arquitetado e operacionalizado no Brasil, com destaque para o papel dos E.U.A. no golpe e seu financiamento de parlamentares e de grupos civis, formados para fazer uma dura e ferrenha oposição ao governo da época (João Goulart e sua base social), com a finalidade de desgastá-lo e desestabilizá-lo. Ao mesmo tempo, os E.U.A. instigaram os militares a darem o golpe, sob a justificativa de um “perigo vermelho” (sempre esse argumento para justificar golpes por aqui no Brasil!).

    Com o fim dos “anos de chumbo”, aparentemente, mas só aparentemente mesmo, os acontecimentos traumáticos vivenciados neles seriam lembrados como uma experiência triste e trágica da história do Brasil, de modo a nunca mais se “repetir” algo do gênero. Ditadura nunca mais! Pessoas perseguidas, presas e assassinadas pelos seus posicionamentos políticos, jamais! Infelizmente não foi o que se sucedeu! (Por isso, ainda hoje, é necessário elucidar alguns casos e responsabilizar os envolvidos neles como fez o Chile e a Argentina). 

    Pois bem, para o golpe de 2016 (a farsa do impeachment), novamente uma rede foi montada com o objetivo de desestabilizar o governo de Dilma Rousseff. Os ataques e as acusações foram diversas, tanto ao governo quanto às principais lideranças do PT – acusados de terroristas, comunistas, membros de quadrilha, corruptos, dentre outros. Esta rede era composta pelos grupos Revoltados Online, Vem para Rua e, principalmente, o MBL (há outros que não mencionamos). Há fortes suspeitas de que eles receberam financiamento de parlamentares e externo também. 

    Vamos recuperar, em poucas linhas, o discurso do MBL. Eles, sobretudo Kim Kataguiri e Fernando Holiday, diziam que o Movimento Brasil Livre (se livre, era porque estava preso, ora, ora...) era apartidário, que lutava contra a corrupção e, claro, contra a “quadrilha que estava no poder”. Estava, isso sim, a serviço de grupos econômicos e políticos alinhados ao neoliberalismo. Enganaram muita gente... Os dois citados acima hoje são políticos!

    E o discurso contra a corrupção? Foi corroído pela recente notícia de que membros do MBL foram presos por lavarem dinheiro. Ora, vejam... Lavagem de dinheiro (Ver: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/07/10/operacao-juno-moneta-pessoas-ligadas-ao-mbl-presas.htm?cmpid=copiaecola). Tem mais coisas por aí, e vão aparecer! Agora Holiday e Kataguiri dizem que Alessander Mônaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso não foram membros do movimento. Neste ponto já aprenderam com aqueles políticos que ambos criticavam.

    O MBL sempre foi um movimento político querendo projetar as suas lideranças e contribuíram, e muito, com a disseminação de Fake News e do sentimento de ódio que culminou com a eleição de Bolsonaro e o ambiente de intolerância que se instalou no país.

    E agora uma de suas lideranças, Kim Kataguiri, resolveu explicitamente dizer a que veio: defender o nazismo. Corrupção, racismo e nazismo (há mais coisas, mas vamos ficar por aqui!) estão no DNA do MBL. 

    O bom é que agora não enganam mais ninguém!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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