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Danilo Espindola Catalano

Professor de espanhol, pesquisador e escritor.

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O menino mimado no poder do Equador

Daniel Noboa venceu eleições em um ambiente conturbado

Daniel Noboa (Foto: KAREN TORO/REUTERS)

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O atual governo do Equador, foi constituído em 2023, é um governo instalado para se manter por um ano, porque o presidente anterior, Guillermo Lasso, para se safar de um impeachment que estava sendo discutido no legislativo do país, por corrupção, decretou a “morte cruzada”. Realizando, devido a este acontecimento, o que para a constituição equatoriana é chamado de “muerte cruzada”, que consiste no fato de um presidente que destitui o Congresso Nacional e convoca novas eleições, ao mesmo tempo, terá que sair do poder, pois assim como o legislativo o executivo também é destituído, não é permitido que se faça as eleições separadamente.

Este presidente, (Daniel Noboa), tomou posse, devido a uma eleição conturbada em que um candidato a presidência foi morto a sangue frio durante a campanha, tal fato que foi usado pela direita para culpabilizar e criminalizar a candidata Luisa Gonzalez, correísta, (que apoia e segue as ideias do ex-presidente do país Rafael Correa), e de esquerda, que estava, desde então, à frente nas pesquisas. Terminou que ganhou o filho de um dos empresários bananeiros mais ricos do país, membro de uma tradicional família da política equatoriana e da direita do país, Daniel Noboa, que por este contexto pessoal, Rafael Correa, chamou de “Menino Mimado”. 

O apelido foi descoberto, quando o ex-presidente concedeu uma entrevista para o canal de notícias da Argentina, C5N, após o assalto e/ou invasão que a polícia e o exército equatoriano protagonizaram para “sequestrar” de dentro da embaixada mexicana o ex-vice-presidente, Jorge Glass, que sofre com uma investigação no país; que é considerada por muitos, (até pelo governo mexicano), como perseguição política. Ato, que teve como resposta do presidente, Daniel Noboa, uma nota presidencial na qual ele escreveu uma indireta ao ex-presidente, chamando-o de “traidor da pátria”, o que deixou evidente, com essa atitude infantil, que os ditos da entrevista eram verídicos.

Com o passar do tempo, o “menino mimado”, se manteve com uma política extremamente policial e militar, expondo o país a diversos Estados de Exceção, para, segundo ele, conter os criminosos, que até mesmo invadiram um canal de televisão e fizeram a equipe refém, em meio a um programa ao vivo. 

Agora o desespero sobressai às políticas de Daniel Noboa, que vê sua vice, Verónica Abad, sendo investigada por tráfico de influências pelo Ministério Público do país e o Congresso, — por conta disso, — está buscando retirar os seus direitos políticos. 

Como se tudo isso não bastasse, o Congresso protagonizou um sincero pedido de desculpas à presidentes da região, (entre eles Javier Milei, Argentina, Nayib Bukele, El Salvador, Gustavo Petro, Colômbia), após ditos do presidente publicado pela revista estadunidense, The New Yorker, que poderiam ser prejudiciais à economia e às relações diplomáticas do país. O poder que ele acredita que tem se vê afetado por esta “intromissão” do Legislativo, o que pode ser prejudicial às suas intenções de reeleição para 2025.

Este contexto abre espaço para que a Revolução Ciudadana volte ao poder em 2025, por isso, Daniel Noboa, se vê desesperado iniciando obras como a de uma prisão e começa a se distanciar de sua vice, para poder, — como uma “criança mimada” —, se manter com a “bola do poder” em sua mão.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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