O péssimo exemplo de Natalini
Passagem-relâmpago de Gilberto Natalini pela Secretaria de Mudanças Climáticas de São Paulo deixou um rastro de controvérsias
A passagem-relâmpago de Gilberto Natalini pela Secretaria de Mudanças Climáticas de São Paulo deixou um rastro de controvérsias.
Após ser nomeado para a Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas pelo prefeito de São Paulo Ricardo Nunes, em julho de 2023, o ex-vereador Gilberto Natalini prometeu um compromisso renovado com a agenda ambiental. Contudo, sua estadia relâmpago, menos de seis meses no cargo, foi marcada por polêmicas e questionamentos éticos.
Natalini, um ex-vereador com longa trajetória na política, já carregava consigo a reputação de acumular cargos políticos. Sua nomeação levantou críticas, especialmente porque, à época, concorria simultaneamente às eleições do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Na ocasião, Natalini omitiu sua posse na secretaria para evitar impugnações à chapa que integrava. Um gesto que acabou por influir na campanha eleitoral e foi decisivo para a acachapante derrota de sua chapa.
A atitude de Natalini gerou desconforto entre seus colegas de chapa e causou mal-estar com o prefeito de São Paulo, em um episódio que revelou uma postura questionável no que diz respeito à transparência e à ética política.
Além disso, o histórico do político como ambientalista é marcado por mais controversas. Além de sua passagem-relâmpago pela Secretaria de Mudanças Climáticas não ter agregado nada de positivo à pauta ambiental do município de São Paulo, seu legado anterior na área já era questionável, com poucas conquistas significativas. Notoriamente, Natalini é associado à criação da "ração humana", um produto processado com restos de comida, que gerou críticas e debates quando proposto para integrar a merenda escolar. João Dória, então prefeito, anunciou sua disposição de distribuir a “farinata”, um composto granulado feito com restos de comida não utilizada em restaurantes e supermercados. Era uma ração, semelhante àquela servida aos cães e gatos. A repercussão foi imensa e negativa. A ração não passou de uma tentativa lamentável de igualar seres humanos à animais domésticos. Natalini estava lá!
Diante desses episódios, Natalini vem conseguindo se sustentar na “dança das cadeiras” dos cargos públicos graças a seus contatos políticos. Suas nomeações tem sido tudo menos do que baseadas em seus atributos técnicos. Isso ficou mais do que evidente após a breve passagem de Natalini pela Secretaria de Mudanças Climáticas, com seu rastro de controvérsias e nenhuma conquista, além de ter levantado questionamentos sobre a sua conduta ética no exercício da política.
Neste momento, isolado, Natalini busca sobreviver politicamente se entranhando na combalida Associação Paulista de Medicina, entidade médica que a cada ano vem perdendo mais e mais associados. Vamos aguardar qual o próximo cargo que Natalini conseguirá abocanhar.
Não se trata de uma questão pessoal com o dito cujo. Mas fica a indagação: a quem serve esse tipo de trajetória, de comportamento, essa maneira de agir?
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