O Poço (nada será como antes)
A história do longa se passa em um futuro distópico, onde uma prisão vertical mantém duas pessoas em cada andar, com a comida sendo distribuída de cima para baixo
O Filme espanhol, O Poço, que estreou essa semana na Netflix, é multi interpretativo. Sinopse: A história do longa se passa em um futuro distópico, onde uma prisão vertical mantém duas pessoas em cada andar, com a comida sendo distribuída de cima para baixo. Ou seja: quem está na parte de cima come melhor, enquanto quem está embaixo precisa lutar pela sobrevivência.
Basicamente, o filme descreve de forma metafórica, assim como em um certo país do hemisfério sul da América, a desigualdade social e suas manifestações e consequências.
Assistindo ao filme e toda a barbárie cometida pela necessidade de estar vivo, penso no que será da sociedade brasileira pós coronavírus.
Ainda estamos no início do colapso que, segundo especialistas, será no final de abril com estimativa de crescimento. Os governadores do sudeste, Witzel e Dória, estão perdidos no tiroteio e atacam com decretos, trocam de camisa e gravata a toda hora como se já estivessem em campanha para 2022.
Mais organizados e através do Consórcio dos Governadores do Nordeste, os governadores desta região solicitaram ajuda ao governo chinês no combate ao vírus, e exigiram que o governo federal cancele os cortes no Bolsa Família.
As cabeças pensantes dos que nos governam deveriam estar planejando uma ação de emergência, para atender os sobreviventes da quarentena que, quando saírem de suas casas, perceberão que estão falidos e desempregados.
O que dizer ao trabalhador e a trabalhadora, sem garantias trabalhistas, que dependem da informalidade para sustentar suas famílias? Como ressarcir o pequeno empreendedor que paga aluguel e que teve que descer as portas?
Em O Poço, a hierarquia da desigualdade social é alimentada pelo egoísmo e individualismo, fatores essenciais para o apocalipse.
Esperamos que nessa prisão, onde todos estamos presos, o suporte da nossa sobrevivência seja a solidariedade.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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