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    Rodolfo Fiorucci

    Doutor em História pela UFG, docente no Instituto Federal do Paraná – IF Jacarezinho

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    O PSDB morreu - Bolsonaro e Moro disputam a carniça

    Não pensem que os líderes do PSDB estão tristes. Não estão, pois decidem agora em qual dos dois maiores traidores do país vão parasitar: Moro ou Bolsonaro

    Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sergio Moro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

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    O PSDB morreu por uma razão muito simples: não entregou ao patrão (EUA) o que devia, sendo substituído pela extrema direita bolsonarista como capacho da vez.

    O PSDB sempre foi o partido oficial dos EUA no Brasil, atuando em prol dos interesses norte-americanos. Nasceu sob uma fachada de social-democracia, mas logo mostrou qual era seu real objetivo: entregar todas as riquezas nacionais para exploração internacional. Fernando Henrique Cardoso foi quem iniciou esse projeto, privatizando várias empresas brasileiras num esquema de quase doação, como denunciaram vários livros, como Privataria Tucana (Amaury Ribeiro Jr.), O príncipe da privataria (Palmério Dória) e O Brasil Privatizado (Aloysio Biondi). Essa privataria sim foi (é) o maior escândalo de corrupção da história brasileira, lado a lado com a Lava Jato.

    Mas por que o PSDB acabou? Bem, num país de tamanha desigualdade e pobreza, por mais que os donos do poder dominem todos os aparelhos ideológicos do Estado (Congresso, Judiciário, Imprensa, Igrejas, Escolas etc), a vida real é mais potente que a mentira. O 2º governo FHC foi uma tragédia, o que levou à vitória de Lula em 2002. Após a entrada do PT no poder, por mais que o PSDB tentasse vencer via democracia um governo popular, não conseguia, pois a vida real das pessoas havia melhorado. 

    Em 2014 Aécio Neves, no desespero de atender ao patrão EUA, deu o tiro de misericórdia no partido ao não aceitar a derrota e capitanear o golpismo que culminaria no impedimento de Dilma Roussef sem nenhum crime de responsabilidade. Isso ocorreu porque ao detonar as instituições para que o golpe de Estado fosse concretizado, abriu-se uma ferida profunda na sociedade brasileira, uma hemorragia. E para sustentar o golpe, precisaram aprofundar a deterioração das instituições brasileiras (judiciário, ministério público, Congresso Nacional, STF e mídia empresarial). 

    A Lava Jato foi o elemento central do golpe internacional, com o ex-juiz Sergio Moro sendo o espião da CIA em solo brasileiro. Moro corrompeu todos os limites da justiça para prender o ex-presidente Lula, sem prova alguma. Essa radicalização da direita na sanha de abocanhar sem freios as riquezas nacionais e o orçamento público polarizou a sociedade de uma maneira que todas as mentiras (fake news) contadas durante anos contra o PT foram absorvidas mais enfaticamente pela extrema direita fascista representada por Bolsonaro. Nessa senda, o partido oficial dos EUA no Brasil (PSDB) perdeu espaço, pois seus líderes engomadinhos que têm nojo de pobre e só falam em Estado Mínimo não tinham nenhuma conexão com o povo. 

    O que sustentava o ultraneoliberalismo do PSDB como opção nunca foi o projeto de país que defendem, mas o dinheiro da elite nacional e internacional que financia os aparelhos ideológicos no país e fazem propaganda incessante em prol do neoliberalismo. Aculturam a sociedade por meio das instituições de sequestro (de acordo com Foucault) e dão ares de naturalidade ao saque praticado contra os recursos públicos pelas classes dominantes, deixando a classe média e pobre a ver navios (mas acenando e sorrindo com ódio do “perigo vermelho”).

    Contudo, nas urnas a sociedade vinha escolhendo vida digna em vez de político sapatênis. O que as classes dominantes do capitalismo fizeram? O que sempre fazem: dão golpes. Parafraseando Mascaro, a democracia é um penduricalho no capitalismo para enganar trouxa, mas quando não conseguem o que querem partem para a via autoritária sem nenhum pudor (golpes, ditaduras, nazifascismos). O fato, todavia, é que não se pode controlar as consequências de um golpe, brecha em que surgiu o inepto Bolsonaro. A direita inescrupulosa não pensou duas vezes e abraçou o fascismo em 2018, para o eleger. 

    O PSDB acabou aí, pois passou o crachá de lambe-botas do Tio Sam para Bolsonaro, o patriota que bate continência para a bandeira dos EUA e que odeia o Brasil. 

    Hoje o PSDB se resume àquele espetáculo grotesco e cômico em que se tornaram suas prévias. Um bando de malucos com projetos personalistas ou bolsonaristas berrando e brigando. Um triste fim...

    O defunto já fede e as hienas Moro e Bolsonaro querem seu filão. Também, pudera. Os dois candidatos nas prévias psdbistas são uma espécie de Bolsonaro enrustido: BolsoDória de um lado; e Eduardo Leite, que diz não se arrepender em votar no Bolsonaro, do outro. O partido já não tem cara, conteúdo, projeto, nada! Se tornou um partido do chamado “Centrão” (que na verdade é a direita desavergonhada), um partido de aluguel, sem nenhum respaldo popular. 

    Aécio Neves sabe que acabou como figura pública e se regozija no seu projeto de destruir o PSDB e torná-lo um puxadinho do bolsonarismo, pois Aécio é aquele sujeito das trevas, das sombras, que vive dos esquemas de bastidores. Já o presidente do partido, Bruno Araújo afirmou que o defunto PSDB pode figurar como vice numa possível candidatura Moro para presidente. Em resumo, tanto um caminho como o outro decretam a morte do partido, que se tornou uma espécie de MDB de camiseta polo e sapatênis. 

    Não pensem que os líderes do PSDB estão tristes. Não estão, pois decidem agora em qual dos dois maiores traidores do país vão parasitar: Moro ou Bolsonaro. Ao fim e ao cabo, continuam a lamber as botas dos EUA, mas por tabela.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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