O resultado do IDEB: avanços e deficiências
Se o recente resultado do Ideb é ruim para rede pública de ensino do país, ele é ainda pior para escolas privadas
Recentemente saiu o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), principal medidor da qualidade da educação brasileira. O mesmo leva em consideração o desempenho na prova Brasil, Saeb e as taxas de reprovação no Brasil inteiro, agregando enfoque pedagógico, em resultados de avaliação com larga escala do Inep, a fim de possibilitar resultados sintéticos. O Ideb foi criado coma finalidade de apurar a qualidade da educação através de indicadores de metas, que analisados, amplia-se a mobilização da sociedade em favor de uma educação de qualidade, trançado metas que surtam efeitos.
Das três etapas de ensino avaliadas, apenas os anos iniciais do ensino fundamental (1° ao 5°) alcançaram as metas, ficando com 5,2 que tinha sido planejada pelo Ministério da Educação. O ensino fundamental II e o ensino médio não atingiu a projeção que tinha sido proposta pelo Ministério. Essa piora no ensino médio é um fator preocupante, mas também pode ser considerado como uma ferramenta de planejamento para os gestores educacionais. Partindo dessa premissa, poderão elaborar meios para identificar a raiz do problema e assim traçar um plano educacional que apresente melhoras nesses índices.
Em se tratado de tais resultados, alguns profissionais acreditam que os alunos trazem deficiências do ensino fundamental para o médio, sendo que nessa etapa os problemas aparecem com mais nitidez, em decorrência de diversos fatores que não foi solucionado nos primeiros anos inicias. Na medida em que os conteúdos vão sendo transmitidos, esse aluno não consegue acompanhar, resultando assim num histórico de fracasso escolar.
Se o recente resultado do Ideb é ruim para rede pública de ensino do país, ele é ainda pior para escolas privadas. A explicação poderia estar no aumento dos egressos da rede pública para o privado, em virtude do aumento da renda dos brasileiros nos últimos anos. Em 2005 a rede privada teve a nota 5,6. O desempenho acabou dando continuidade nos anos seguintes e em 2011, teve alta de 5,7. Agora registrou o desastroso 5,4 pontos. As notas caíram em 18 estados em relação ao Ideb anterior. Mesmo com a recente queda, as escolas particulares ainda possuem notas mais altas do que as da rede pública de ensino. Houve melhoras no ensino médio privado, no Acre, Roraima, em Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. Estados como Rondônia, Pernambuco, Paraíba e Rio de Janeiro, o ensino médio público atingiu a meta com uma ligeira melhora, no privado houve queda.
Deve também olhar com criticidade estes resultados dos índices. Temos que deter uma análise para verificar as condições de trabalho dos professores de cada região do Brasil, salário, carreira e questões físicas e financeiras das escolas e dos alunos que são completamente distintas. Sendo que fatores como esse influem, sim, nos resultados. Há uma necessidade de uma base curricular construída por todos estados e municípios com o MEC, articular a formação dos professores, em comunhão com avaliação nacional para ver se o sistema está funcionando bem que é a prova Brasil, terá como ao longo do tempo avaliar resultados satisfatórios. É importante estar ciente que o curriculum é uma das peças fundamentais, sendo conduzido por uma boa gestão, tanto nas secretarias como nas escolas. É preciso um olhar clínico de cada profissional da educação, detectando os desafios, avaliando e possibilitando melhoras. Mas isso só daria resultado em um trabalho coletivo no uso dos recursos que dispõem composto pela criatividade pedagógica.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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