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    Chico Teixeira

    Historiador e professor titular da UFRJ

    13 artigos

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    O retorno da Rússia

    Temos que ir além da guerra de informações (de ambos os lados) e nos ater ao estrutural

    (Foto: Mike Segar/Reuters)

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    Temos que ir além da guerra de informações (de ambos os lados) e nos ater ao estrutural: o planejamento bélico  russo é clássico: ataques pontuais aos centros nevralgicos de transporte/comunicação/ infraestrutura paralisando a Ucrânia.

    Cyber ataques intensos. Assim, aeroportos, ferrovias e anéis rodoferroviários são os alvos centrais. Não estamos vendo cidades sendo bombardeadas em massa, salvo erros de ambos os lados - todos terríveis para a população civil. O que vemos são áreas periféricas de entroncamentos e nós de infraestrutura.

    Além de terríveis erros eventuais.

    Paralisada a capacidade de mobilidade da Ucrânia começa a operação de ocupação "pontual" dos centros politico-administrativos, como os ministérios, quartéis e, claro, a presidência. São aí os combates que vemos na tv, mesmo que mal documentados ( dia, hora, local, tropas).

    Pelo desenvolvimento das ações projetadas, não há um plano de ocupação territorial total.

    Neste estágio a Ucrânia se disporia a negociar com os invasores.

    A alternativa seria a queda do governo e a imposição de regime títere. No momento, para a Rússia, o mais conveniente é negociar com o governo Zelensky enfraquecido, em vez de impor  um títere sem nenhum reconhecimento internacional . Zelensky assinando a paz daria uma boa foto para os russos.

    É possível que Zelensky seja derrubado, após assinar a paz. Mas, a negociação com ele é altamente legitimadora para os russos.

    Tudo dependerá do preço da paz. "Aí dos vencidos" , sabemos desde a Antiguidade.

    Teremos na mesa:

    1. A cessão da  integralidade de Donetsk/ Lugansk;

    2. Um estatuto de neutralidade para a "Rest Ucrania";

    3. O uso facultativo do russo no sistema educativo nacional;

    E cláusulas explosivas:

    A situação da soberania sobre Odessa, Mariupol e Krakov e seus "oblast".

    Tudo ainda muito fluido.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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