O veneno do “deus dinheiro”
A aparição da afro direita surgiu com o propósito de criar uma elite que expropriaria a voz de nossas comunidades para negociação com um neoliberalismo enviesado e atrasado
A declaração do Decênio dos Afrodescendentes (2015-2024) pelas Nações Unidas é consequência de um longo processo de luta da população negra diaspórica organizada em movimentos sociais efetivos em todo o mundo.
O marco no plano dos direitos humanos internacionais foi a Conferência de Durban, conhecida como Terceira Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância promovida pela ONU contra o racismo e o ódio contra pessoas realizada entre agosto e setembro de 2001.
Foi o cenário que iniciou uma etapa histórica importante da integração dos povos afrodescendentes por seus direitos. Contudo, a agenda levantada, construída coletivamente, foi distorcida pela intervenção da direita internacional, hoje com forte influência e dominação nos mecanismos institucionais das grandes corporações, pelas formalidades dos órgãos multinacionais, pela burocracia incrustada, e fundamentalmente pela mentalidade neoliberal e fascistas de certas lideranças na busca de oportunidades visando seus interesses particulares.
Os “Senhores” da Casa Grande e seus sócios, como sempre, com ações nefastas e artilharias pesadas contra povos e comunidades tradicionais de matrizes africanas, impõe o surgimento de uma afro direita, penetrando de alguma forma junto aos movimentos sociais dos afrodescendentes e nas comunidades tradicionais de matrizes africanas e de terreiros com os objetivos claramente criminosos e políticos no sentido de minar as lutas articuladas sobretudo pelas comunidades de Terreiros, lutas que visavam e visam o resguardo do patrimônio cultural e tradicional, legado significativo da Mãe África e sua reprodução genuína, sistemática e integrada ao sistema internacional dos direitos humanos.
A aparição da afro direita surgiu com o propósito de criar uma elite que expropriaria a voz de nossas comunidades para negociação com um neoliberalismo enviesado e atrasado, pois primam por um desenvolvimento cego e inconsequente de agendas econômicas irresponsáveis, que a longo e médio prazo implicaria na insustentabilidade absoluta e consequentemente agravaria ainda mais os conflitos latentes de classe, gênero e raça.
E diante desse impasse nos levantamos com nossas vozes, nossas crenças, nossos tambores retumbantes e imponentes hoje e sempre como heróis e heroínas dispostos à luta pela radicalização da democracia e vida plena e harmônica nesse pequeno e grande planeta no qual não só a vida humana está ameaçada de extinção devido a insanidade que acompanha alguns, insanidade chamada de ganancia, louvor supremo ao ‘deus dinheiro”.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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