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    Jacy Afonso

    Presidente do PT-DF

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    Os desafios da classe trabalhadora

    Nesse momento, os golpistas tentam liquidar o Brasil, vendendo empresas, colocando em jogo o pré-sal e a Petrobrás

    Anualmente a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte – FETEC-CUT/CN, realiza sua assembleia ordinária para avaliar as ações do período e planejar a atuação para o ano seguinte.

    Em virtude da atual conjuntura, neste ano resolvemos inovar e abrir a assembleia com o Seminário “Os desafios da classe trabalhadora”, que ocorrerá no dia 29 de novembro  pela manhã  em Brasília, antecedendo o Ato Ocupa Brasília, que ocorre à tarde e reunirá os movimentos organizados de todo o país para pressionar o Senado Federal que vota em primeiro turno a PEC 55, que congela os investimentos em políticas públicas por 20 anos, além de engessar as possibilidades de investimentos que poderiam promover a retomada do crescimento e do emprego no Brasil.

    O evento tem como público prioritário  os/as trabalhadores/as bancários de Brasília e das Regiões Centro-Oeste e Norte. Porém, será aberto à participação das demais categorias da capital federal e de todos aqueles que aqui estarão para lutar contra a PEC da morte.

    Essa ação faz parte dos esforços que a Secretaria de Formação da – FETEC-CUT/CN tem feito no sentido de contribuir para a qualificação e conscientização política de bancários e bancárias. Ela se amplia à medida que nossa Federação, por ter uma concepção classista de organização, por valorizar a atuação articulada com outros movimentos sociais, deve abrir as atividades e debates que possam contribuir com a formação que eleve nossa consciência enquanto movimento organizado que luta por um país justo para todas e todos.

    Nesse momento, os golpistas tentam liquidar o Brasil, vendendo empresas, colocando em jogo o pré-sal e a Petrobrás. Promovem ainda uma reestruturação no BB, com fechamento de mais de 400 agências e um plano de aposentadoria que atingirá quase 20 mil bancários. Essas medidas chamadas de “reestruturação institucional”, além de prejudicarem os trabalhadores do Banco, causam danos à população  que terá redução de atendimento físico e ficará à mercê de agências virtuais. A perspectiva é que mudanças desse nível também ocorram na Caixa e nos bancos privados.

    O Seminário “Os desafios da classe trabalhadora” quer contemplar visões amplas de luta e resistência que se desenvolvem atualmente. Organizamos a atividade com paridade de gênero na mesa de debate e buscamos pessoas que trazem uma simbologia para este momento que vive o Brasil:

    Ana Júlia Ribeiro, a jovem líder estudantil das ocupações das escolas do Paraná. Essa menina, com a coragem peculiar da juventude e da mulher, enfrentou os deputados da Assembleia Legislativa daquele Estado e, com sua fala determinada, desnudou a hipocrisia dos políticos que têm um discurso bastante diverso de seus atos. Ela representa esse movimento forte, renovador e energizante que os estudantes estão fazendo país afora. 

    Guilherme Boulos, o líder do MTST e da Frente Povo sem Medo. Ele traz o papel extraordinário dos movimentos populares, seja de moradia, de transporte, de saúde, simbolizando a resistência necessária nesse momento em que um dos mais importantes instrumentos conquistados pelos movimentos de moradia, o Programa Minha Casa, Minha Vida, subsidiado pelos recursos do FGTS, que são dos trabalhadores, está em perigo. O governo golpista quer transformar o FGTS apenas em um fundo de investimento  para atender aos interesses dos banqueiros e dos financistas e deixar de investir em moradias populares que atenderiam a grande demanda ainda existente no país. 

    Graça Costa, a companheira líder sindical da CUT e Frente Brasil Popular que tem nos representado  tão bem na organização da luta dos trabalhadores contra a terceirização, articulando junto ao Congresso Nacional ações para impedir retrocessos nos direitos dos trabalhadores.  Ela, sempre atenta aos movimentos de deputados e senadores, e também do Judiciário que tendem a ceder à pressão de patrões e banqueiros, organiza a luta de resistência pela garantia de direitos conquistados por muita luta dos movimentos sociais organizados, especialmente o sindical.  Éssa mulher cearense , líder sindical combativa, estará presente para representar o movimento sindical e sua luta constante e incansável para garantir direitos e conquistas.

    Ricardo Berzoini é o representando mais especificamente da categoria. Ex-líder sindical bancário, foi deputado federal, presidente do PT, ministro da Previdência e do Trabalho no Governo Lula. Atuou ainda com Dilma em dois ministérios importantes: o das Comunicações e o das Relações Institucionais. Por sua atuação firme e determinada nos trará contribuições importantes para entendermos com clareza esse momento.

    Os bancários acabam de sofrer um golpe do TST, cujo presidente é o conservador Ives Gandra Filho. Aquele Tribunal acaba de considerar que o sábado não é um dia de descanso para a categoria e autorizou a redução das horas extras realizadas pelos bancários em 20% para compensar o suposto período que esses trabalhadores deveriam estar nos bancos e que lá não estão porque estes não abrem aos sábados. 

    O TST não é todo retrógrado, mas é composto por um grupo de juízes que não cumprem seu papel de defender os trabalhadores. Ao contrário, protegem interesses de patrões que, com a exploração do trabalho, aumentam mais e mais seus lucros. 

    O STF, complementado o papel dos parlamentares golpistas, atua vergonhosamente para retirar direitos, como no caso de abrir a possibilidade de o negociado se sobrepor ao legislado. 

    A FETEC-CUT/CN, sob a liderança do companheiro José Avelino, bancário de Brasília, promove esse grande debate, antecedendo o ato ocupa Brasília que colocará toda a pressão sobre os senadores que estarão nesse mesmo dia, votando em primeiro turno a PEC 55.

    Compartilho as informações desse evento para convidar todas e todos a estarem presentes e contribuírem para o debate e para o fortalecimento de nossa ação conjunta, de classe, comprometida com a defesa de direitos e com a democracia.
    Aqueles que não puderem estar em Brasília terão a oportunidade de acompanhar o evento pela Internet no site da FETEC-CUT/CN.

    Essa é a grande contribuição que a FETEC-CUT/CN que representa a organização dos bancários nos estados da região centro-norte. Esse é um debate necessário para o fortalecimento de nossa luta contra os golpistas destruidores de direitos. Apontar os desafios que devem nos mover eleva a consciência de classe e a responsabilidade da organização do/as bancários/as e da classe trabalhadora brasileira em defesa da democracia e da construção de um país justo, fraterno e digno. 

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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