Os lobisomens da política e a deputada Luiza Erundina na UTI
"Todos os dias, deputadas do campo democrático são diretamente atacadas", escreve Marcia Tiburi
O show de horrores de ontem na Câmara dos Deputados, com o extremo de violência que levou Luiza Erundina à UTI, não é casual, mas uma estratégia política. A agressividade e a brutalidade, a gritaria e as palavras perversas, produzem um tremendo efeito de poder. O agressor mais tosco tem o maior de todos os poderes, o poder de agredir é desse modo abalar o outro. Além disso, ele se faz notar no cenário da política reduzida a show. A disputa hoje é por ver quem é o mais tosco. Não é por acaso que haja tantos deputados grotescos e muito votados.
A violência espetacular é usada como uma tecnologia política. É importante apresentar-se como tosco, ignorante, incivilizado e burro. Encenar a barbárie é fundamental. A cada grito, a cada xingamento, o lobisomem da política se capitaliza. É o ridículo político e o grotesco político que garantem alguém no cargo de poder quando ele tem apenas a sua desqualificação para avançar no jogo de poder. Os desqualificados não sabem legislar ou governar, mas são bons na demagogia, na arte de fingir e na corrupção.
Trata-se de um jogo psíquico e publicitário. Certamente um jogo sujo.
Ontem, diante das agressões vividas, Luiza Erundina passou mal. Todos os dias, deputadas do campo democrático são diretamente atacadas. Os deputados e deputadas da extrema-direita agem estrategicamente para derrubar tais deputadas, pois sua lisura e decência atrapalha o projeto de aniquilação da política. Que Luiza Erundina siga aos seus 90 anos na resistência é louvável, mas também sinal de que não podemos esmorecer na defesa da democracia.
Trata-se da Câmara dos Deputados. Certo é que Artjur Lira que não faz nada para conter o horror se beneficia disso junto com os outros lobisomens da política.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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