Os votos que Bolsonaro já está perdendo
O tempo ainda é o maior inimigo de Bolsonaro, porém agora o presidente não terá mais que virar 6,2 milhões de votos.
Dois dias para a eleição e não se vê mais uma bala de prata no núcleo bolsonarista. A saída, talvez, será buscar um desempenho espetacular no debate desta noite na Globo, o que parece ser improvável para um presidente que não costuma desempenhar um bom papel em formatos como este. O que preocupa a sua campanha neste momento é que a boca do jacaré está abrindo e isso significa um péssimo sinal.
Considerando os mais de 90% dos votos recebidos pelos candidatos que estão no segundo turno, Lula teve 52% e Bolsonaro 48% em índices arredondados. A sua diferença nos votos totais foi de mais de seis milhões de votos. A estabilidade apresentada nas pesquisas ao longo deste segundo turno mostra que Bolsonaro não conseguiu cumprir o desafio de, pelo menos, encurtar a distância e chegar hoje com folga maior.
O Datafolha desta quinta-feira (27) expõe esta estabilidade. Outros institutos também, com tendência de alta para Lula. Bolsonaro, a rigor, não reduziu a diferença e, mesmo com o uso da máquina como quem participa de um open bar, está perdendo votos nos substratos das pesquisas. A maioria de seis pontos percentuais para Lula aponta para um Bolsonaro em desidratação de quase dois milhões de votos.
Bolsonaro perdeu mais entre os pobres com renda de até dois salários mínimos (37% a 33%), no Sudeste (49% para 48%), entre os evangélicos (64% a 62%), entre as mulheres (42% a 41%), só para citar alguns exemplos. Em Minas Gerais, termômetro que espelha o resultado nacional, Lula tem 45% e Bolsonaro 40%, segundo levantamento da Quaest desta semana. O governador Romeu Zema já foi abandonado na estrada pelo bolsonarismo. Ele não conseguiu entregar a encomenda de fazer o presidente virar no Estado. Tudo indica que a maioria de Lula será tão ampla quanto no primeiro turno.
Os sucessivos erros na campanha de Bolsonaro contribuem para a erosão de votos. Seus apoiadores não param de trabalhar contra ele, como o bandido Roberto Jefferson e o ministro Paulo Guedes. O tempo ainda é o maior inimigo de Bolsonaro, porém agora o presidente não terá mais que virar 6,2 milhões de votos. Sua meta aumentou consideravelmente e só tem dois dias à espera de um milagre.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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