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    Marcia Carmo

    Jornalista e correspondente do Brasil 247 na Argentina. Mestra em Estudos Latino-Americanos (Unsam, de Buenos Aires), autora do livro ‘América do Sul’ (editora DBA).

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    Otimismo do Brasil com acordo Mercosul-União Europeia

    "Lula chegará otimista a Montevidéu", escreve Marcia Carmo

    Presidente Luiz Inacio Lula da Silva e seu assessor especial Celso Amorim em reunião do Mercosul em Assunção, Paraguai 08/07/2024 (Foto: REUTERS/Cesar Olmedo)

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    O presidente Lula participará da reunião de cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai, que será realizada na quinta e sexta-feira desta semana. Lula chegará otimista ao encontro com os avanços nas negociações do acordo de livre comércio entre o bloco e a União Europeia. “Nossa expectativa é positiva”, disse um dos negociadores ao Brasil 247.

    O acordo começou a ser discutido em 1999. O mundo era outro – Trump não tinha sido eleito novamente para a Casa Branca, Milei não era presidente da Argentina e a China não tinha a presença global que tem hoje. Outras novidades agora são que o Panamá quer ser parte do Mercosul e o presidente eleito do Uruguai, Yamandú Orsi, da Frente Ampla, esteve em Brasília, reunido com Lula, pouco depois de ter sido eleito. Yamandú e o presidente panamenho José Raúl Mulino confirmaram presença nesta cúpula do Mercosul.

    Na semana passada, foram realizadas, no Itamaraty, reuniões técnicas de representantes do Mercosul e da União Europeia, e, de acordo com fontes que participaram dos encontros, “há motivos para o otimismo” brasileiro. A reunião na capital uruguaia será, então, a primeira do bloco após as negociações da semana passada em Brasília. O mandato para negociar o acordo é da Comissão Europeia e a sua presidente, Ursula von der Leyen, é a favor do entendimento. Ela participou da reunião do G20, no Rio de Janeiro, liderada pelo presidente Lula. Mas nada é para ontem. Se a negociação técnica, que foi realizada no Itamaraty, for aceita pelos presidentes dos países do Mercosul e da União Europeia, o texto precisará ser votado no Conselho Europeu (27 chefes de Estado e de governo) e no Parlamento Europeu. São duas as opções: aprovar ou rejeitar. A França mantém sua forte oposição ao acordo, mas, segundo fontes do Itamaraty, ainda assim o governo brasileiro estaria otimista. E acredita que o acordo abriria as portas da UE para o agro brasileiro, sem “prejudicar”, entendem os negociadores, a indústria brasileira.

    Na reunião, em Montevidéu, Milei deve reiterar que é a favor do acordo de livre comércio, mas que acha que o Mercosul, em si, deve ter maior abertura comercial. Porém, pelo menos até esta segunda-feira, ele não pretende romper com o bloco – e com o Brasil, especialmente. Nos últimos dias, ele já disse que a Argentina sairia do Mercosul (precisa do apoio do Congresso para isso) e que quer acordo de livre comércio com os Estados Unidos. Milei continua eufórico com a eleição de Trump. Mas os principais sócios comerciais da Argentina são o Brasil e a China. E devido à forte queda da economia argentina neste primeiro ano do governo Milei, as exportações do Brasil para o Mercosul (leia-se Argentina) caíram 20%. A ‘motosserra’ que Milei usa na economia provocou a queda no consumo, afetando as vendas brasileiras para o mercado argentino.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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