Palestina Urgente: Genocídio continua e Israel busca uma guerra regional
Qual o objetivo de Israel? Também no atentado no Irã Israel estaria envolvido?
Apresento aqui, de forma resumida, os últimos acontecimentos no Oriente Médio, desde o ataque do Hamas à Israel dia 7 de outubro de 2023. Claro que são opiniões políticas que muitas pessoas até da minha esfera de relacionamento podem não concordar com a minha análise. Mas, tenho a responsabilidade de apresentá-las.
Primeiro, quero abordar os três atentados; o que aconteceu dia 4 de janeiro de 2024; o outro de 2 de janeiro de 2024 e o de 26 de dezembro de 2023, respectivamente ocorridos em Beirute (Líbano), Damasco (Síria) e agora em Kerman (Irã). Efetivamente, vemos que três países foram atacados.
Vou detalhar o significado e quem está por trás disso, seus desdobramentos, suas consequências e o seu significado. E o mais importante: Qual o objetivo de Israel nisso tudo? Também no atentado no Irã Israel estaria envolvido?
Falarei desses atentados feitos por Israel; abordarei a questão que Israel está perdendo esta guerra; falarei ainda das divergências no campo do imperialismo e a questão eleitoral e o peso disso nos EUA. Por fim, falarei das perspectivas de como as coisas podem se encaminhar na Palestina e em Israel.
SOBRE OS ATENTADOS - O primeiro atentado que nós devemos analisar ocorreu no dia 26 de dezembro, em Damasco, capital da Síria. Israel atacou com mísseis e matou o general iraniano Sayyed Razi Moussavi. Ele era do Islamic Revolutionary Guard Corps (IRGC) ou, Guarda Revolucionária Islâmica1.
Atuando no serviço militar iraniano desde a guerra Iraque e Irã de 1980, ele tinha 61 anos de idade e havia atingido a patente de general de brigada2. Ele era um dos comandantes, que é uma espécie de braço internacional do Irã, dos militantes revolucionários, aqueles que são chamados a lutar contra o imperialismo onde for preciso. Eles deram uma contribuição inestimável para que a República Árabe Síria vencesse a guerra contra o Estado Islâmico. Por isso sua presença em Damasco.
No dia 3 de janeiro de 2024, completaram-se quatro anos do assassinato do Major-General Qassem Soleimani (1957-2020). Nós relembramos a sua memória no programa O mundo como ele é, na TV 247, que fazemos semanalmente com o jornalista e amigo Jose Reinaldo Carvalho3.
Soleimani estava em Bagdá no dia 3 de janeiro de 2020 e o presidente dos EUA à época, Donald Trump, que perderia a eleição em novembro daquele ano, autorizou e disse ao mundo inteiro: eu mandei matar o general Suleimani.
É bom destacar que ele não estava ali como militar, mas como um diplomata, ele levava uma resposta do governo do Irã para o primeiro-ministro do Iraque. Isto porque, a Arábia Saudita havia feito uma consulta ao Irã, mas eles não tinham relações diplomáticas como já têm hoje.
Então, eles fizeram a consulta indiretamente; a Arábia Saudita mandou uma carta para o primeiro-ministro do Iraque perguntando para o Irã como eles reagiriam se a Arábia Saudita pedisse o restabelecimento de relações.
E o general estava levando a resposta no bolso, uma mensagem de paz. Ele não portava uma arma. Portanto, ele estava em missão de paz e não como um militar, mas como diplomata e não se mata um mensageiro, isso em nenhuma guerra na história. E assim, o general foi assassinado.
Dia 26 de dezembro, um general de brigada iraniano Razi Moussavi foi assassinado – eles usam o termo martirizado. E Israel assumiu a autoria do atentado terrorista. Israel violou o espaço aereo sírio – como faz todas as semanas – e disparou um míssil a partir de um drone.
Na terça-feira, no segundo dia do ano de 2024, Israel pratica um novo atentado terrorista na cidade de Beirute. Portanto, também viola o espaço aéreo do país vizinho sem evidentemente pedir autorização e se pedisse lhe seria negada. Aqui também Israel assume oficialmente – ou seja, confessa que é um estado terrorista – que foram eles que dispararam um drone.
Eles disparam dois mísseis no segundo andar de um prédio de quatro andares onde funcionava um escritório do partido político chamado Hamas. O Hamas é um partido político, assim como o Hezbollah. Eles têm deputados, vereadores e administram a Faixa de Gaza. Mas eles têm também um braço armado, da mesma forma que o Hezbollah.
Esse braço armado chama-se Brigadas Al Qassem. Lá funcionava o escritório do braço político do Hamas e os dois mísseis disparados de um drone destruiu inteiramente o segundo andar onde trabalhava o vice-chefe do birô político do Hamas, Saleh al-Arouri, um grande quadro político. Ele era o número dois do Hamas. O número um é o Ismail Haniya.
E no dia 3 de janeiro, na cidade de Kerman (Irã), onde fica o túmulo do Major-General Qassem Soleimani e por ser o dia de relembrar os quatro anos do seu assassinato, em uma região onde, milhares e milhares de pessoas foram prestar sua homenagem à sua honra, explodiram uma bomba, provavelmente, um caminhão de uma tonelada ou mais de dinamite explodiu, matando até o momento confirmadas 84 pessoas e ferindo gravemente outras 280 pessoas.
Passaram-se 24 horas e ninguém havia assumido a autoria do atentado. Pois eis que no dia seguinte, um grupo chamado Isis (Islamic State of Iraq and al Sham), Estado Islâmico do Iraque e da grande Síria (Sham significa Grande Síria)4, assume o atentado.
Mas, eles são mesmo uma fraude, pois jamais foram um Estado e muito menos é islâmico, porque não existe esse estado e jamais podería ser chamado de “islâmico”, pois essa religião condena o terrorismo e mais que isso: todo muçulmano deve proteger judeus e cristãos e esse grupo cortava a cabeça de cristãos. A Arábia Saudita já não dá mais um centavo para esse grupo. Isto, porque a Arábia Saudita reatou relações com a Síria e com o Irã.
A Arábia Saudita está gradativamente se afastando da órbita dos Estados Unidos. Desde o dia primeiro de janeiro deste ano de 2024 tornou-se membro do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que foram admitidos pelo bloco em reunião de 2023.
Esta é a grande novidade de 2024: Arábia Saudita, Emirados, Irã, Etiópia e Egito ingressam no BRICS. São três países árabes, um africano e o Irã, que é persa. Desses cinco países, três são grandes produtores de petróleo que entram no Brics que vai se reunir em outubro deste ano de 2024, na Rússia sob a Presidência de Vladimir Putin. A cúpula dos chefes de Estado do bloco será na cidade de Kazan, prevista para outubro deste ano5. Eles vão admitir mais países e o Brics vai se tornando um grande bloco.
Eu tenho usado a definição do GRICS como se fosse um “Bloco de contenção” à expansão imperialista. O Brics hoje é que consegue deter essa ganância, essa fúria dominadora do imperialismo que vem sofrendo cada vez mais derrotas, uma atrás da outra.
E entra o ano de 2024 com duas guerras, a da Ucrânia e a da Palestina, de Israel contra os palestinos. Os EUA estão perdendo nas duas. Na Ucrânia já perdeu e na Palestina está em processo irreversível de derrota.
Será a maior derrota de Israel para os palestinos, porque as quatro guerras que fizeram contra os países árabes, Israel venceu todas. Eu tenho estudos em detalhes sobre a mortalidade e número de soldados envolvidos6.
Nas quatro guerras mencionadas, os árabes perderam e agora os palestinos estão ganhando. Os Libaneses já tinham vencido quando expulsaram Israel após uma tentativa de invasão ao país. No ano 2000 também na guerra de Israel contra o Líbano, contra o Hezbollah; a de 2006 durante 33 dias também Israel perdeu essa guerra, mesmo tendo destruído uma parte da capital, Beirute.
Como devemos medir para avaliar quem ganha ou quem não ganha uma guerra? Com certeza, não é pelo número de mortes que se impõe ao inimigo. Israel matou até agora mais de 22 mil palestinos. Mas não sabemos quantos eles perderam. Alguns falam 500, 700, 1.000, 1.200. Não sabemos ao certo, o governo de Israel não divulga, mas são muitas perdas.
A única informação que uma vez a imprensa israelense divulgou, foi o número de feridos, mas essa matéria no jornal Yedioth Ahronoth, um jornal editado em inglês e hebraico, sionista evidentemente que apoia o genocídio, essa reportagem ficou meia hora ou no máximo uma hora no ar e foi retirada7.
Essa matéria mencionava seis mil feridos que lotavam os hospitais israelenses e dizia que Israel não estava preparado para tratar esta quantidade de mutilados de guerra8. Sem dizer que são hospitais especializados na reabilitação.
Essa matéria dizia que, para cada morto havia três feridos. Então, se eles falam em seis mil feridos pode-se estimar, no limite, que seriam pelo menos dois mil mortos. Mas, eles jamais divulgarão isso.
A Ucrânia também não divulga, mas na Ucrânia é mais fácil estimar as mortes. Diversos sites militares dizem que já ultrapassa 400 mil soldados mortos.
Então, se o número de mortos em uma guerra não deve ser referência para avaliarmos uma vitória militar, qual seria? Vejamos o exemplo da Guerra do Vietnã, com duração estimada de 1962 a 1975.
No Vietnã, entre soldados e civis, foram mortos dois milhões de pessoas. E os Estados Unidos perderam em torno de 60 mil. Mas quem ganhou a guerra? Quem ganhou a guerra foi o Vietnã. Não se pode medir se um país está ganhando uma guerra pelo número de mortos. Devemos medir uma guerra pelos objetivos fixados pelos exércitos em confronto.
No caso de Israel, que é o exército agressor, colonizador e ocupante, um exército genocida, eles traçaram três objetivos principais: ocupar Gaza; destruir o Hamas e libertar os reféns. Resultado até agora: eles não ocuparam Gaza integralmente – e nem jamais o farão; não destruíram o Hamas e nem vão conseguir; e nenhum refém foi libertado pelo exército israelense.
Alguém pode argumentar: nós vimos que eles soltaram vários reféns deles. Sim, mas foi por troca negociada e não por ação militar. E Israel também teve que libertar reféns, em uma proporção três vezes maior, lembrando que desde a última troca de reféns em final de novembro, mais nenhum refém foi libertado. Além disso, o exército israelense matou pelo menos três reféns no que é o chamado “fogo amigo”.
E, evidentemente, devido aos ataques aéreos e como os reféns não estão em um local único, estão espalhados por Gaza, quando Israel bombardeia indiscriminadamente a Faixa, isso acarretou que eles devem ter matados vários reféns indiretamente.
Recentemente, o contra-almirante John Kirby, Coordenador de Comunicações do Conselho de Segurança Nacional na Casa Branca, disse: não se pode matar a ideologia do Hamas. E a mídia deve tê-lo criticado duramente por essa declaração9.
Mas, ele está certo e o que ele quis dizer com “a ideologia do Hamas”, pode ser interpretado assim: você não pode matar a resistência de um povo. Isto é a pura verdade. A história mostra que os povos podem viver em dificuldade, ter suas lideranças assassinadas, mas é impossível dobrar a vontade da resistência de um povo. Então, ele está certo ao declarar isso. Assim, o objetivo fixado por Netanyahu de acabar com o Hamas, jamais será atingido.
O outro objetivo: Gaza não foi ocupada inteiramente e tem uma notícia de que o exército de Israel retirou cinco brigadas de soldados da Faixa de Gaza, cada brigada tem 3,5 mil soldados. Eles tiraram da linha de frente quase 18 mil soldados10.
Por que, ao invés de mandar mais soldados eles estão retirando soldados? Uma guerra que era para ser curtíssima, rápida, 300 mil soldados que cercaram Gaza, destruiriam tudo, libertariam os reféns. Mas nada disso ocorreu! Netanyahu já diz que essa guerra pode se estender até fevereiro do ano que vem ou ainda mais.
Não sei se ele se sustenta politicamente até lá. No último dia 4 de janeiro, o major-general Aharon Haliva, das Forças de Defesa de Israel-IDF, que é chefe da inteligência do IDF admitiu que a destruição completa do Hamas é apenas um discurso e que não será atingida.
Apenas para efeitos de registro: Israel não tem exército. Eles só têm “defesa”. Isso porque eles nunca atacam ninguém, eles só são atacados e se defendem. Por isso que chama “força de defesa de Israel”.
A minha tese e de outras pessoas – pois não sou o único – estamos apontando que Israel vem perdendo esta guerra e que Netanyahu pode cair, não sei se cai imediatamente. Uma consulta feita nesse início de ano por um instituto que faz pesquisas eleitorais e é dos que mais acerta, apurou que 85% das pessoas não querem que Netanyahu continue. Ele tem apenas 15% de aprovação para seguir sendo Primeiro Ministro.
Vemos com isso, que o capital político eleitoral dele está baixíssimo. Existe ainda a divergência dele, de seu governo e do seu partido, o Likud, com os Estados Unidos que continuam batendo na tecla de que Israel não deve ocupar Gaza e nem deve administrá-la.
O jornal Haaretz, que é o maior e opositor a Nethanyahu, mostra que o ministro da Defesa de Israel diz que os palestinos serão responsáveis pela administração de Gaza no pós-guerra. Ou seja, este é um recuo muito claro, dizendo que Israel não vai administrar Gaza11. O governo israelense chegou a dizer de forma muito clara que iriam ocupar e administrar Gaza. Pode ser um sinal de que Israel está “cedendo” aos pedidos dos EUA (sic).
A QUESTÃO ELEITORAL - Como esta guerra vai impactar nas eleições nos Estados Unidos? Eles assinaram um cheque em branco, autorizando o genocídio de palestinos. Como isso vai refletir? Será que vai pesar na campanha de reeleição de Joseph Biden?
Não temos ainda uma opinião final sobre os impactos eleitorais nas eleições de 20 de novembro próximo. O que sabemos é que o lobby judaico é fortíssimo, mas que já aparecem fissuras, divergências. A popularidade de Biden está cada dia pior e se as eleições fossem hoje ele não seria reeleito.
Mas, a outra opção – Donald Trump – não é nem um pouco animadora, pois além de fortalecer o fascismo em plano mundial, talvez seja até pior, pois ele também – tal qual Biden – é um sionista cristão convicto12.
AINDA SOBRE ISIS - O ISIS é da CIA e é do Mossad. Eles jamais atacaram Israel. Só realizam ataques à Síria, aos muçulmanos, aos palestinos, aos cristãos e agora, ao Irã. Mas, continuo com a opinião de que não foi o Isis que cometeu o atentado. Eles estão destruídos, completamente acabados e foram derrotados na Síria, não têm mais quase nenhuma força política para fazer um atentado da magnitude desse ocorrido no Irã dia 4 de janeiro.
Mas, os verdadeiros terroristas são esses, da Al Qaeda, da Frente al-Nusra (Síria). A mídia os compara com o Hamas, o Hezbollah, o Ansar Allah (Houthis), no Iêmen. Estes são grupos guerrilheiros que lutam contra o imperialismo e o sionismo, o que é completamente diferente.
Então, Israel faz um atentado em Damasco, outro em Beirute e ocorre um atentado no Irã e não foi Israel que patrocinou? Como se diz popularmente: me engana que eu gosto. Certamente tem o dedo do Mossad, tem o dedo da CIA.
Logo, Israel se apressou em dizer: não temos nada a ver com isso. Israel falou isso e os Estados Unidos disseram em seguida: Israel está falando a verdade que não foram eles que fizeram. Isto é tudo combinado.
Mas, por que eles estão fazendo esse tipo de coisa? Isto é uma demonstração de fraqueza e de derrota de Israel. Eles não estão conseguindo dar conta de todas as frentes de combate. Israel nunca esteve tão isolada como está hoje. Também nunca teve tantas frentes de combate contra eles simultaneamente na história de seus 75 anos da tal invencibilidade, que agora caiu definitivamente por terra.
Esta guerra que Netanyahu lidera contra os palestinos que chamamos de genocídio, pode ser sim o início do fim do Estado sionista de Israel. Eu estou convencido disso, de que o projeto sionista está fortemente abalado com isso que eles estão fazendo.
Eu não tenho dúvida, mas eu acho que esse atentado tem o dedo do Mossad nesse atentado e que Israel está fazendo tudo isso que, no fundo, é uma demonstração de fraqueza. O Irã já prendeu 32 pessoas, todas envolvidas no atentado. Vamos ver se aparecem os vínculos de algumas delas com Israel. De qualquer maneira, objetivamente esse atentado interessa aos objetivos de Israel.
POR QUE ISTO É UMA DEMONSTRAÇÃO DE FRAQUEZA? - O que estamos vendo é Israel provocando estes três países – que integram o chamado Eixo da Resistência – e os vem chamando para entrar na guerra. Síria e Líbano não vão dar um disparo sequer, porque não só evidentemente não têm estrutura militar para isso hoje. O Líbano praticamente não tem exército e a Síria lutou 10 anos contra os terroristas e venceu, mas tem um exército cansado, desgastado, com perdas de armamentos e quantidade de munições muitas baixas.
Quando estive na Síria, dois anos depois do início da guerra, em 2013, visitei um hospital do exército e nos avistamos com os soldados e conversando com eles, percebemos a sua moral elevada. Eles diziam: não vejo a hora de sarar para voltar para o combate. No entanto, é um exército cansado.
Já o Irã, é poderoso, e tem o maior exército do Oriente Médio, tem a maior marinha e a maior Frota de aviões e drones. Entretanto, tampouco vai responder às agressões nem pela morte de seu general em Damasco, nem pelo atentado em Kerman. Mas, fará isso no momento apropriado. Como se diz popularmente, a vingança e um prato que se come frio.
E o Hezbollah? O secretário-Geral, Hasan Nasrallah fez um pronunciamento no dia 3 de janeiro, onde diz que pode entrar na guerra, mas que também pode não entrar. Tudo vai depender do desenvolvimento da própria guerra. Também disse que entrará com todas as forças se o Líbano for atacado.
De fato, já não atacou? Israel atacou no dia 2 de janeiro Beirute, ainda que tenha atacado especificamente o escritório de um partido político que não é libanês, é um partido palestino ainda que tenha ferido libaneses e talvez tenha matado alguns. Mas, digamos assim, não é ainda formalmente um ataque de Israel ao Líbano, mas Israel não descarta a possibilidade de atacar o país.
A FRENTE DE COMBATE DA GUERRILHA HOUTHIS - Os Houthis são uma etnia iemenita, que disputa o governo do Iêmen, mas já estão praticamente governando o país, estão organizados em uma guerrilha denominada Ansar Allah (Partidários de Deus). Entraram nesta guerra ao lado dos palestinos e estão atacando todos os navios israelenses que passam pelo Mar Vermelho.
O que os Houthis vêm fazendo é um bloqueio e fechamento da navegação no Mar Vermelho, objetivando interromper o acesso de navios ao maior porto de Israel, o Eilat, na pontinha do Mar Vermelho quando ele se bifurca onde, uma parte vai para o Canal de Suez para chegar ao Mediterrâneo e o outro braço vai para o chamado Golfo de Áden que banha a Arábia Saudita.
Desta forma, o maior porto de Israel, está às moscas, nada chega lá há muitas semanas. As estatísticas falam em 25 ataques dos Houthis sendo três grandes navios apreendidos.
Os Estados Unidos chegaram a formar uma força naval composta por 10 países, apenas um deles é árabe, nenhum outro aceitou integrar a força. Esse país árabe é bem pequeno, é uma ilha, um país insular, que é o Bahrein, onde fica a sede da 5ª Frota dos Estados Unidos no Golfo Pérsico. Os Houthis fazem ataques não só aos navios, eles lançam mísseis direto para o porto de Eilat e mais além, no interior do que se chama de Israel, que sempre foi Palestina.
QUAIS SÃO AS FRENTES EM QUE ISRAEL ESTÁ SENDO ATACADA? - As frentes que Israel está enfrentando, por certo que a principal é em Gaza. A guerrilha Palestina está dando um forte combate ao exército sionista de ocupação colonial. De fato, Israel têm tido deserções dos soldados jovens, que têm pânico.
Também, tem combate no Norte, na fronteira com o Líbano. Tem combate no leste, na fronteira com a Síria na região das colinas de Golã. Tem combates, não diretamente contra Israel, mas aos Estados Unidos dentro do Iraque e dentro da Síria. Em relação à política internacional, a questão da opinião pública é uma frente na qual Israel está perdendo de braçada, está com muita dificuldade, não tenhamos a menor dúvida disso.
1 Essa guarda revolucionária foi fundada pelo próprio líder o Aiatolá Ruroláh Khomeini em maio de 1979 e atua para manter a integridade da República Islâmica do Irã. Mais detalhes neste link <https://bit.ly/3RQvh8v>;
2 Veja neste link maiores informações sobre o general <https://bit.ly/3HcV2Lg>;
3 Este é o link para assistir ao programa <https://bit.ly/3vq3B2O>;
4 Esse é o maior e mais famoso grupo terrorista em operações no mundo ainda existente. Recebeu grandes aportes financeiros da Arábia Saudita e foi apoiado pelos EUA e Israel, com o objetivo de destruir a Síria. Perderam a guerra depois de 11 anos de atividades. Para mais informações sobre o ISIS acesse este link <https://cxbu.short.gy/7MsSlF>;
5 Brics: A agenda da Rússia inclui a realização de mais de 200 eventos do BRICS ao longo do ano, com destaque para os Jogos do BRICS em Kazan, a reunião de ministros das Relações Exteriores em Nizhny Novgorod e a Cúpula de Chefes de Estados em Kazan, prevista para outubro de 2024.
6 Só para termos uma ideia, na última dessas quatro guerras, chamada de Guerra do Yom Kippur, de 6 a 26 de outubro de 1973, Israel enfrentou um contingente de 800 mil soldados egípcios e sírios. Perdeu 2.656 soldados, enquanto os árabes perderam até 15 mil. Proporcionalmente, na guerra atual, que deve envolver no máximo 25 mil guerrilheiros palestinos, Israel perde muito mais proporcionalmente. Sobre a guerra do Yom Kippur, acesse este link <https://cxbu.short.gy/ZIuQ4L>;
7 Este é o link para acessar o site do jornal < https://cxbu.short.gy/F8ISum>;
8 Como a matéria foi retirada do ar, o dado mais próximo disso que obtivemos foi no site da BBC, que menciona 5.400 israelenses feridos. Veja neste link <https://cxbu.short.gy/lfdGXN>;
9 Veja neste link a declaração de Kirby <https://cxbu.short.gy/o8NMD0>;
10 Veja a reportagem neste link <https://cxbu.short.gy/9xd8SN>;
11 Veja a reportagem de uma revista brasileira que repercute o Haaretz neste link <https://cxbu.short.gy/oFWaW8>;
12 Aproveito para divulgar o novo livro que minha editora lançou, intitulado Sionistas cristãos na rota do Armagedon, do Prof. Dr. Stephen Sizer. O livro pode ser adquiro neste link <https://cxbu.short.gy/XXIzeg>;
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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