Parabéns a Braga Netto por não ter escolhido um Wassef da vida

Jamais vou esquecer o dia em que o Juca me livrou de uma fria em plena sexta-feira, 11 da noite, impedindo que eu sofresse uma violência policial, meu apartamento invadido sem mandado de juiz, e ele que estava naquela hora num jantar formal ficou comigo até de madrugada, não me conhecia, não era meu amigo, até que tudo ficou resolvido, ele que já era um dos advogados mais requisitados de São Paulo fez tudo isso por uma merreca, depois do que nos aproximamos, uma ou duas vezes tomamos uma cerveja, uma ou duas vezes tirei com ele algumas dúvidas sobre reportagens policiais, é um cara competente, estudioso e vitorioso, por isso é procurado por pessoas como Zé Dirceu, como o médico-estuprador de quem não quero dar o nome, e agora o general Braga Netto.

Muitas vezes, sobretudo nesses tempos em que até coisas óbvias são questionadas, as pessoas confundem o advogado com o cliente. Se o cliente é mau, o advogado é mau. Se o cliente é golpista, o advogado também é.

Não é o caso do Juca, ou José Luís de Oliveira Lima, que revi, outro dia, na entrevista à CNN, depois de uns vinte anos.

Ele perdeu muito cabelo, mas continua afiado e objetivo. Não há provas nos autos de que seu cliente tentou obstruir a Justiça, o que motivou sua prisão, disse ele, o que é verdade, apenas a delação do tenente-coronel Mauro Cid. E se ele não apresentou provas de que foi pressionado pelo general, só pode ter mentido, sob pressão policial.

Também não há provas, disse Juca, de que Braga Netto entregou dinheiro vivo para os kids pretos matarem Alexandre de Moraes, só a palavra do delator, embora esse episódio não tenha nada a ver com a prisão preventiva, mas será debatido durante o julgamento.

Tenho certeza que o debate entre Juca e os ministros do STF está sendo e será de alto nível, o que vai fazer bem à corte e à Justiça brasileira.

E parabéns a Braga Netto por não ter escolhido um Wassef da vida para defendê-lo.