Pautar os sintomas das eleições municipais é clamarmos por iniciativas que curem as causas do mal que elas indicam
Eleições municipais são medições de forças com repercussão nacional, rebombando no Congresso, no judiciário e no modelo empresarial capitalista que nos domina
Querido e querida Professores Hugo Allan Matos e Marcela Alarcon
Sou muito agradecido à entrevista com vocês nos canais ‘Pilulas Teológicas’ e ‘Isto não é Heresia’ no YouTube e no Instagram
Conversar com pessoas engajadas, inteligentes e preparadas, como vocês, é de honra elevada.
Escrevo a vocês sobre assunto que trato em meu nanal TV CP e que me preocupa essencialmente. Trata-se dos sintomas que as eleições municipais deste ano de 2024 mostram e que a eles precisamos atentar urgentemente.
As eleições não delineiam somente escolhas por simpatia, por dinheiro doado a campanhas ou recebido de candidatos nem por admiração das qualidades estéticas ou atributos morais das pessoas que se colocam a concorrer.
Neste ano as eleições municipais são medições de forças com repercussão nacional, rebombando no Congresso, no judiciário e no modelo empresarial capitalista que nos domina.
Congressso Nacional, Judiciário , governos estaduais e federal são atingidos pela avalanche da crise do modelo capitalista, que nos arratsa a todos para o abismo das incertezas e do obscurantismo.
Neste vácuo temos a atuação do terror fascista representado pelo que as pesquisas de opinião apontam até agora, arrepiando nossos cabelos. A indicação de que a direita é a preferida pela maioria do povo é estonteante. Ao optar por candidaturas às prefeituras e às câmaras de vereadores, encabeçadas por pessoas de deireita e do campo terrorista fascista, despontando nas pesquisas, sintomatiza um pecado original desolador por seu poder devastador dos direitos políticos populares.
O pecado original é cometido pelas lideranças e pelos movimentos políticos e sociais. Ora, enfrentamos o fascismo na sua atuação histórica mais violenta e abusiva em todos os sentidos. Com Lula eleito em 2022 ocupamos parte exígua do Estado, que aqui no Brasil historicamanete é gestado pelos interesses inimigos da classe trabalhadora e dos cada vez mais empobrecidos pelo assalto à economia do país e popular.
Os milhões de votos contra o fascismo e no enfrentamento ao neoliberalismo sinalizaram que a missão política dava passos significativos no confronto às consequências demolidoras do que começou e 2016 com o golpe de Estado.
Aí o orgulho besta do pecado original tomou de assalto a dita esquerda brasileira e seus departamentos partidários, sindicais, comunitários e movimentos sociais, fragmentados pela consequência do equívoco de cada segmento cuidar divisionisticamente do seu pedaço, sem relevar o valor fundamental do todo nacional e classista.
Neste vácuo cresceu o maior de todos os pecados: a obtusidade e traição em não mobilizar a classe trabalhadora, de desdobramentos catastróficos como as eleições municipais, como já o mostrara campanha e vitória do fascismo para os conselhos tutelares.
Esta obtusidade obscena entrega o povo ao aventureirismo e à cosmeticidade na campanha eleitoral, fazendo destas eleições trampolins para o fascismo.
Por faltar consciência política quanto à mobilização da classe trabalhadora, tarefa imprescindível com relação à educação política popular, à defesa dos interesses e dos direitos fundamentais da classe trabalhadora, o que vemos são campanhas eleitorais dominadas pelos capitalistas, que despejam dinheiro farto, impõem candidaturas fortemente robotizadas estética e e programaticamente pelo discurso farsante, eivado de ultra neoliberalismo associado ao fascismo.
Noutras palavras, o povo foi solto à espera das soluções messiânicas e e ‘milagrosas’, como resultados das eleições de 2022.
Enfim, as pesquisas sinalizam o cadafalso, onde e quando o que conseguimos em 2022, com muito medo e sacrifício, o nosso povo será enforcado pelas mãos dos carrascos do Congresso Nacional e do mercado tirano e sanguinário.
Abraços proféticos e revolucionários,
Dom Orvandil.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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