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    Ricardo Bruno

    Jornalista político, apresentador do programa Jogo do Poder (Rio) e ex-secretário de comunicação do Estado do Rio

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    Pedro Paulo, Eduardo Cavaliere ou Carlo Caiado? A estratégica escolha do vice de Eduardo Paes

    Se a ideia de escolher um vice intramuros visa a sinalizar a garantia de continuidade do projeto, ninguém representa isto melhor do que Pedro Paulo.

    Eduardo Paes (Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil)

    O prefeito Eduardo Paes é certamente o gestor municipal mais competente do Rio nas últimas décadas. Está inscrito entre os mais preparados quadros políticos do país. Sobressai-se pela qualidade da administração e pelo aguçado zelo ao interesse público na gestão. Daí o capital político que o faz líder disparado das pesquisas de intenção de voto na disputa nada trivial de um quarto mandato.

    Do alto de sua posição privilegiada em relação aos demais contendores, o político tem motivos de sobra para formar convicção a respeito da capacidade de decidir sobre os rumos de sua trajetória. Afinal, o acúmulo de acertos lhe permite crer na quase infalível assertividade das posições que assume. Quase –  porque na vida o erro está sempre à espreita, ainda mais diante de tantas vitórias.

    É aceitável que o prefeito – com passaporte carimbado para a reeleição e desde já cotado para a disputa do governo do estado em 26 – queira escolher o vice a partir de critérios pessoais. Apesar do apoio do presidente Lula ter sido fundamental para a recuperação do BRT e para a melhoria dos serviços de saúde, entende-se a sua relutância em ceder o vice a quadros do PT ou de outros partidos da aliança. Quer preservar o espaço para os integrantes do círculo mais próximo de colaboradores. O favoritismo acentuado o faz prescindir da escolha do vice como instrumento de composição.

    No seu grupo há vários nomes apetrechados para ocupar o posto. Experientes, testados, com quilometragem na vida pública. O mais preparado é o deputado Pedro Paulo. Reúne todos os predicados para postular o cargo. É dotado de qualificação política e já deu provas reiteradas de fidelidade ao líder. Como poucos do entorno do alcaide, tem experiência e lealdade a oferecer.

    Se a ideia de escolher um vice intramuros visa a sinalizar a garantia de continuidade do projeto, caso Paes saia para se candidatar ao governo, ninguém representa isto melhor do que Pedro Paulo. Ao longo das últimas décadas, ocupou todos os postos-chaves das administrações de Paes. Recentemente, trouxe para si a tarefa de recuperar o caixa da prefeitura à frente da secretaria municipal de Fazenda. O fez com sucesso e reconhecimento geral.

    Além de predicados políticos, o flamenguista Pedro Paulo tem qualidades pessoais que o distinguem. Ao lado da esposa – a irreverente e querida Tati Infante – forma um casal que expressa à perfeição o life style carioca. É competente e da gema.

    "Se por algum motivo, sejam futricas sórdidas ou razões objetivas, Eduardo Paes trocar Pedro Paulo por Eduardo Cavaliere, o prefeito deveria prestar juramento público com garantia de que não vai deixar a prefeitura até o último dia do mandato. O Rio não pode se surpreender com uma mudança de rota inesperada e insegura."

    Na lista de potenciais vices de uma chapa puro-sangue, há outros bons nomes. O presidente da Câmara do Rio, Carlo Caiado, tem história política abonadora e, à frente do parlamento carioca, demonstra enorme lealdade a Eduardo Paes, aprovando todos os projetos estratégicos de interesse da sociedade. Desempenhou papel relevante nos últimos anos para garantir governabilidade ao prefeito.

    Entre os mais próximos, inclui-se também o ex-secretário da Casa Civil Eduardo Cavaliere. Preparado e extremamente habilidoso, é a mais importante revelação da atual safra de colaboradores de Paes.  Não obstante, aos 29 anos, Cavalieri não tem ainda experiência política suficiente para, por exemplo, suceder Eduardo Paes no comando da prefeitura. Faltam-lhe os erros e os acertos que a vivência permite ao longo ao tempo. Não está ainda pronto para missão tão estratégica.

    Se por algum motivo, sejam futricas sórdidas ou razões objetivas, Eduardo Paes trocar Pedro Paulo por Eduardo Cavaliere, o prefeito deveria prestar juramento público com garantia de que não vai deixar a prefeitura até o último dia do mandato. O Rio não pode se surpreender com uma mudança de rota inesperada e insegura.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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