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    Pesquisa Datafolha: Lula será o principal protagonista das eleições de 2018

    Lula mantém altíssimos índices de transferência de voto: 45% na soma entre os que votariam com certeza e os que possivelmente votariam em um candidato indicado pelo presidente. Ou seja, Lula será, em qualquer circunstância e cenário, o principal protagonista das eleições de 2018

    Lula  (Foto: Valmir Prascidelli)

    O jornal Folha de S. Paulo publicou nesta quarta, 31, mais uma pesquisa quantitativa Datafolha sobre o atual cenário para disputa presidencial nas eleições de 2018. Diante da enxurrada de números e previsões, algumas observações sobre os dados divulgados pela empresa são necessárias. 

    A primeira é a de que a pesquisa, obviamente, retrata o momento atual da política brasileira, portanto, não significa uma antecipação do resultado eleitoral, este só iremos vislumbrar no dia 7 de outubro. No entanto, considerando a linha histórica da pesquisa, sempre é possível prever o que venha acontecer nas eleições.

    A segunda, lendo o título da matéria publicada pelo jornal "Sem Lula, Bolsonaro lidera e disputa por vaga no segundo turno se acirra", mais uma vez somos levados a uma análise distorcida dos dados. Com a manchete, ficou explicito a intenção do “jornalão” de antecipar uma improvável retirada da candidatura de Lula. O Tribunal Superior Eleitoral ainda terá que se manifestar sobre a questão. O título correto deveria ser “Apesar dos ataques e da condenação, Lula lidera em todos os dois turnos das eleições". 

    É válido ainda destacar que o levantamento do Datafolha foi realizado entre 26 e 30 de janeiro, cinco dias após o fatídico julgamento do TRF-4. Período que o presidente Lula sofreu uma intensa exposição negativa em toda grande mídia e nas redes sociais. Apesar disso, o desejo popular de votar em Lula se mostrou inabalável. O presidente mantém a liderança da pesquisa para o pleito com 34% a 37% das intenções de votos dos brasileiros, e num segundo turno, vencendo todos os adversários com ampla vantagem.

    Nenhum dos outros concorrentes cresceu. Ao contrário, Jair Bolsonaro, que tem polarizado o debate na redes sociais com Lula, reduziu a intenção de voto (após o escrutínio de seus bens realizado pela imprensa, o que mostra claramente sua fragilidade), com 16% e 17%.

    Geraldo Alckmin continua patinando. O pré-candidato tucano não tem discurso, não tem projeto e não tem mostrado condições e credibilidade para ganhar setores do campo político de centro-direita, o que poderia potencializar sua candidatura. Não passa dos 8% no melhor cenário para ele. 

    Marina Silva aparece no melhor cenário para sua pré-candidatura, em terceira colocação com no máximo 10% das intenções de voto. No caso de Marina, é importante salientar, que ela submerge  ao fim do processo eleitoral, some durante quatro anos, e emerge no espectro político na véspera do período eleitoral se intitulando “a paladina da justiça”, mas,  sem apresentar efetivamente um projeto que convença o país, sem demostrar capacidade e/ou condição para liderar e assumir um cargo como o da presidência do Brasil. 

    A novidade da pesquisa é a inclusão do nome de Luciano Huck, com 8% de votos. O apresentador da Rede Globo tem um ampla exposição midiática, mais intensa que os outros. Se considera um “outsider” e diz não fazer parte da política tradicional, o que não lhe recai a negatividade que existe sobre o demais candidatos. Huck é um amigo de grande figuras da política tradicional, como Aécio Neves, e do empresariado, entre outros. Conta com o apoio e suporte da Rede Globo e o com auxilio de outros veículos de comunicação. Portanto, é natural que apareça bem situado na pesquisa. 

    Outra observação importante é que o resultado da pesquisa frustra a tentativa da imprensa de retirar o nome do presidente Lula da disputa. Aliás, os números revelam algo importante: os índices de brancos e abstenções ampliam consideravelmente quando Lula é excluído do páreo, alcançando o patamar de 31% (o número sobe para 36% ao somar os indecisos). E fica ainda mais explícito no segundo turno, como expuseram os diretores do Datafolha em artigo publicado na própria Folha. 

    Outro dado revelador é sobre a rejeição do presidente Lula. Não evoluiu e oscilou dentro da margem de erro, na casa dos 40%, mesmo após a intensa exposição negativa do presidente. 

    No que diz respeito à transferência de votos, Lula mantém altíssimos índices: 45% na soma entre os que votariam com certeza e os que possivelmente votariam em um candidato indicado pelo presidente. Ou seja, Lula será, em qualquer circunstância e cenário, o principal protagonista das eleições de 2018.

    Por último, precisamos considerar que a somatória de votos dos possíveis candidatos de esquerda aproxima-se, neste momento, aos 50%. Nesse sentido, há no eleitorado brasileiro a disposição em votar num projeto de inclusão social para o país. Um projeto que dê condição ao crescimento econômico com a preservação dos direitos sociais, com a manutenção e fortalecimento do Estado brasileiro sem se submeter aos interesses do capital internacional.

    Diante do exposto, podemos chegar a algumas conclusões: 1) Lula manterá sua candidatura e será candidato; 2) os partidos e as lideranças de esquerda precisam rapidamente constituir um diálogo e construir  um projeto comum de Estado brasileiro; 3) é preciso que o PT e os movimentos sociais comecem, de forma intensa e mais direta, a dialogar com a população; e 4) qualquer tentativa da elite de impedir o presidente Lula de ser candidato ampliará ainda mais a instabilidade política, social e econômica no país.

    Sendo assim, o resultado da pesquisa renova a esperança que a democracia será preservada e que Lula será presidente.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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