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Paulo Moreira Leite

Colunista e comentarista na TV 247

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Pesquisas mostram resiliência de Lula- inclusive no Sul

"Números mais recentes de Lula não permitem um brinde com champanhe, mas indicam um ambiente claro de aprovação popular"

(Foto: Ricardo Stuckert)

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Se as pesquisas de opinião costumam provocar dúvidas e questionamentos inevitáveis, os números mais recentes de Lula, em seu terceiro mandato presidencial, não permitem um brinde com champanhe, mas indicam um ambiente claro de aprovação popular.

Mesmo a comparação entre dados de institutos diferentes, onde é comum encontrar resultados também diferenciados, tem produzido resultados semelhantes.

Compare-se os últimos levantamentos do Ipec e do Datafolha, divulgados com diferença de poucos dias. Para o Ipec, o índice ótimo e bom de Lula bate nos 37%, e a reprovação fica em 31%. No Datafolha, os números são aprovação de 36%, e a reprovação fica exatamente no mesmo lugar, 31%.

Nos dois levantamentos, registra-se um suave movimento de recuperação de Lula. Pelo Datafolha, onde o patamar anterior era de 35%, o presidente ganhou um ponto a mais. Já no Ipec, a alta foi significativa. Lula estava com 33% de aprovação há quatro meses e obteve uma alta de quatro pontos.

Há outra notícia importante nesses números. Entre os dois levantamentos, ocorreu a tragédia das águas no Rio Grande do Sul, catástrofe que deixou 151 mortos, 77.000 desabrigados, meio milhão de desalojados e um trauma que irá acompanhar brasileiras e brasileiros por muitos anos.

Pela dimensão da catástrofe, seria até possível imaginar que todo presidente da República, mesmo a uma distância quilométrica dos acontecimentos, pudesse ter sua popularidade afetada por um episódio dessa natureza, ainda que não tivesse nenhuma responsabilidade direta no caso.

Não há nenhum sinal de que isso tenha ocorrido. Pelo contrário. Num levantamento da Quaest, a aprovação de Lula subiu de 40% para 47% dos eleitores do Sul, enquanto a reprovação caiu de 57% para 52%.

Esses números só podem ser explicados por um fator particular, a atitude de Lula diante de uma dor que comovia o país inteiro. O presidente não só fez questão de desembarcar em Porto Alegre na primeira oportunidade, numa comitiva que incluía os presidentes da Câmara e do Senado, mas levou ao povo gaúcho um conjunto de medidas de proteção e acolhimento, entre elas uma providencial ajuda em dinheiro no valor de R$ 5.200.

Num bom exemplo de solidariedade ativa, Lula fez quatro viagens à região, onde reuniu-se com autoridades e conversou com desabrigados em vários pontos do Estado.

Numa de suas estadias, ao constatar que determinadas medidas aprovadas pelo governo federal acabavam emperradas no meio do caminho, como tantas vezes acontece, reagiu com a impaciência solidária de quem conhece as dificuldades da população. "Ninguém reclama mais da burocracia do que eu", declarou.

Essas atitudes ajudam a explicar a aprovação de Lula. Num estado de voto bolsonarista, era muito possível imaginar que o fator ideológico tivesse um peso decisivo na opinião de uma população atingida por uma tragédia terrível. Na verdade, registra-se uma mudança na visão dos eleitores -- a favor de Lula.

Alguma dúvida?

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