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    Dilma Rousseff

    Dilma Rousseff é presidente eleita do Brasil, deposta por um golpe parlamentar em 2016

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    Pode virar! Vai virar! A democracia vencerá!

    "O candidato que representa a violência e a extrema-direita, Jair Bolsonaro, está perdendo apoio à medida que suas ideias e seu caráter se tornam mais conhecidos da população. Bolsonaro é hoje a expressão do que há de mais perigoso e ameaçador para a democracia, para a liberdade e a vida dos brasileiros", avalia a presidente deposta Dilma Rousseff em artigo; "O candidato da democracia, Fernando Haddad, está ganhando apoio nos últimos dias porque muitos brasileiros perceberam que ele encarna o desejo de preservação da democracia, da  civilização e da paz"

    Pode virar! Vai virar! A democracia vencerá! (Foto: Ricardo Stuckert)

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    As pesquisas desta semana estão mostrando que é possível uma virada nesta eleição. Tanto o Ibope quanto o Vox Populi indicam que  a opinião de uma parte significativa dos eleitores está mudando. Entre segunda e terça-feira, a diferença entre os dois candidatos tinha diminuído para 5 pontos percentuais e, neste momento, é possível que já seja bem menor. Há sinais claros de que pode ocorrer uma inversão.

    O candidato que representa a violência e a extrema-direita, Jair Bolsonaro, está perdendo apoio à medida que suas ideias e seu caráter se tornam mais conhecidos da população.

    Bolsonaro é hoje a expressão do que há de mais perigoso e ameaçador para a democracia, para a liberdade e a vida dos brasileiros.

    O candidato da democracia, Fernando Haddad, está ganhando apoio nos últimos dias porque muitos brasileiros perceberam que ele encarna o desejo de preservação da democracia, da  civilização e da paz.

    Os eleitores sabem, como  Brecht alertou, que no princípio a violência do governo de um autoritário pode atingir o “vermelho” do lado, o ativista, o militante, a mulher, o negro ou o LGBT mas, mais cedo ou mais tarde, atingirá a todos que vivem na mesma comunidade. A história ensina que ninguém está a salvo diante de um governo fascista, eleito ou não.

    A candidatura de Bolsonaro está morrendo pela boca. Quanto mais ele fala, quanto mais  exibe suas ideias e propostas, mais assusta as pessoas; quanto mais se mostra, mais deixa claro a ameaça que representa à Nação e ao povo.

    É possível enumerar muitos motivos para negar o voto a Bolsonaro e votar em Haddad no domingo. Vamos citar apenas dez.

    1 Declarou que vai prender ou expulsar do país quem fizer oposição ao seu governo. Chegou a anunciar que fará o candidato adversário -Fernando Haddad –  “apodrecer na cadeia”. Também disse  que, se for presidente, tratará os movimentos sociais que lutam por terra e moradia como grupos terroristas.

    2 Apoiou abertamente a volta da ditadura militar, a tortura e o assassinato de opositores. São suas estas declarações “Eu sou favorável à tortura, tu sabe disso”, e “o erro da ditadura foi torturar e não matar” – como se assassinatos políticos não tivessem acontecido naquele período.

    3 Silenciou quando seu filho, detentor de mandato parlamentar, disse há dois meses num vídeo que basta “um soldado e um cabo” para fechar o STF, caso o tribunal imponha alguma restrição à vitória do pai.

    4 Aproveitou-se de centenas de milhões de mensagens via whatsapp com fake news e ataques difamatórios contra os adversários, em serviço ilegal pago por empresários que o apoiam.

    5 Acumulou uma longa lista de atos de machismo e afronta às mulheres, ao manifestar-se a favor de salários maiores para os homens (“porque as mulheres engravidam”), votando contra os direitos trabalhistas às empregadas domésticas e, no momento mais chocante de sua agressividade chula, dizendo a uma parlamentar: “não te estupro porque você não merece”.

    6 Defendeu a esterilização forçada das mulheres pobres, para que não tenham mais filhos.

    7 Adotou uma retórica preconceituosa contra pobres, nordestinos e brasileiros que precisam de apoio do estado – para ele, gente protegida pelo “coitadismo”.

    8 Xingou os eleitores que não votam nele, acusando-os de ir às urnas com “título de eleitor na mão e diploma de burro no bolso”.

    9 Estimulou, com sua intolerância, uma parte de seus seguidores e cometer todo o tipo de violência contra homens, mulheres, idosos, negros e LGBTs . Muita gente tem sido agredida e há mortes registradas, como Moá do Catendê, em Salvador, e o garçom de um bar, em Porto Alegre.

    9  Foi condenado por racismo ao afirmar, em palestra, que conheceu “um quilombola que pesava sete arrobas e que não serve nem para procriar”.

    10 Tornou-se, na prática, uma continuidade de Temer, o presidente mais impopular da história, embora engane o eleitor se dizendo o candidato contra o sistema.

    Realizada no inicio da semana e publicada ontem, uma pesquisa feita pelo Instituto Vox Populi confirma o que outras pesquisas começavam a indicar: a distância entre Bolsonaro e Haddad está diminuindo dia a dia, quanto mais a eleição se aproxima.

    Segundo o Vox Populi, já havia chegado a apenas 5 pontos percentuais (44% a 39%), o que, considerada a margem de erro, está perto de um empate técnico.

    Além disso, o Vox Populi e os demais institutos de pesquisa estão mostrando um aumento da rejeição a Bolsonaro e uma diminuição da rejeição a Haddad. Há um índice de pelo menos 17% de eleitores indecisos, cuja definição pode mudar tendências na última hora.

    A pesquisa indica que Bolsonaro perdeu apoio entre os evangélicos, depois que pastores e fiéis de várias destas igrejas se manifestaram contra o caráter violento e anticristão de sua campanha. Os cristãos aprenderam no Evangelho e em sua prática religiosa que a verdade liberta e a mentira escraviza.

    Quem passa a conhecer melhor Bolsonaro, não vota nele. Quem tem alguma dúvida, começa a optar pela serenidade de um candidato  democrático e civilizado. Pode não ser o nome de sua preferência, mas é o candidato cuja biografia jamais incluiu ou incluirá a defesa da violência e da intolerância contra quem quer que seja. Quem é contra a violência, escolhe sempre a democracia.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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