Por que Lula
"A reeleição de Lula é fundamental para a manutenção da liberdade e do estado democrático de direito", escreve o jornalista Florestan Fernandes Jr
Depois de uma trégua de dois anos, a mídia corporativa que aderiu, mesmo com muito contragosto, à frente de centro-esquerda que levou Lula à vitória contra Bolsonaro, se volta mais uma vez contra o governo petista. A recente capa da revista Veja lançando Tarcísio à presidência escancarou definitivamente o preferido pelo mercado financeiro e pela mídia reacionária. Essa capa de Veja é uma espécie de “apito de cachorro” para alertar os “coronéis” da comunicação que chegou a hora de se aprofundar no jornalismo parcial pró Tarcísio e anti Lula. Basta dar uma olhada no “jornalismo” de rádio e televisão para constatar que está deflagrada a campanha para a milésima desconstrução de Lula.
Um comentarista dessa imprensa chegou a dizer que Lula estava escrevendo, no seu terceiro mandato, o último capítulo de sua biografia. Ou seja, o sujeito decretou a morte politica antecipada do presidente.
Utilizar as concessões públicas para desinformar na área política e econômica não é novidade. A novidade é que pela primeira vez o poder de influência desse grupo encolheu com a chegada das big techs. Com isso, a mídia tradicional perdeu importância e a capacidade de influenciar sozinha a opinião pública do país. O acesso à informação primária deixou de ser privilégio dos jornalões e das emissoras de rádio e televisão. Vide os portais de notícias que passaram a ter espaço num mercado, até então, restrito às grandes empresas de comunicação. Se a internet democratizou a produção de conteúdos jornalísticos, abriu também espaço para disseminação de notícias falsas que lançaram milhões de pessoas para uma realidade disruptiva.
Uma ferramenta poderosíssima sob controle de Elon Musk e sua turma, proprietários das plataformas do mundo capitalista.
Um grupo de trilionários da extrema-direita internacional. Uma gente que não apoia apenas candidatos fascistas, mas se coloca como ator político no centro do poder do mais poderoso país capitalista do planeta, comandando e dando ordens no salão oval da Casa Branca, como assistimos recentemente.
Aqui no Brasil, foram determinantes na eleição de milhares de políticos no legislativo e no executivo estadual e municipal.
No início do novo milênio, o professor e crítico literário, Roberto Schwarz, chamou minha atenção para um fato interessante. Que não era tão ruim o Brasil estar polarizado entre a centro-direita, representada pelo PSDB e a centro-esquerda liderada pelo PT. Para ele, a alternância no poder entre essas duas forças manteve os políticos da direita fisiológica em gravitação no entorno das duas legendas, à época, mais importantes no cenário nacional. Isso foi assim desde a eleição de FHC, até o golpe contra a presidente eleita Dilma Rousseff. O quadro de incertezas provocado pela quebra institucional do processo eleitoral abriu caminho para os nazifascistas despejarem o PSDB da posição de contraponto ao PT.
Schwarz estava corretíssimo. O fim do velho PSDB foi um péssimo negócio para a nossa democracia. Vivemos agora sob a ameaça de uma extrema-direita retrógrada, violenta e golpista.
A reeleição de Lula é fundamental para a manutenção da liberdade e do estado democrático de direito. Como disse Zé Dirceu na festa de seus 79 anos, 2026 será o ano mais importante de nossas vidas. Precisamos estar todos juntos. Dirceu foi na mesma linha do senador Randolfe Rodrigues que vaticinou: "sem Lula, os democratas do Brasil não chegam na esquina".
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