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    Paulino Cardoso

    Historiador, analista geopolítico e Editor do Mundo Multipolar

    22 artigos

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    Qual a natureza geopolítica da perseguição ao professor Alysson Mascaro?

    É hora de libertar nossa sociedade desta forma horrorosa de opressão imperialista que se esconde atrás da fachada de direitos humanos progressista

    (Foto: Bruno Cruz / Agência Pará)

    Quantas pessoas tiveram suas vidas destruídas pelo cancelamento identitário? A técnica é a mesma: motivos espúrios, na qual pessoas adultas são transformadas em bebês indefesos, publicidade nas mídias para gerar impacto,silenciar possíveis defensores e amedrontar agentes do Estado que estão envolvidos no caso, policiais, promotores, juízes e demais autoridades. Muitos, desejosos de ter uma boa imagem nas mídias, extrapolam suas funções para gozar de uma publicidade momentânea. 

    Tal roteiro de origem sionista, foi gerado nos anos 1980, no momento que movimentos sociais, então, libertários, foram esvaziados de seu conteúdo radical e se tornaram instrumentos de persuasão do imperialismo humanitário. Após a implosão da União Soviética, a responsabilidade de proteger (R&P), foi invocada pelos governos ocidentais para destruição da Sérvia, 1998, Iraque, 1991/2003, Líbia, 2011, Síria 2013/2024. A Hungria de Viktor Orban, a Federação Russa de Vladimir Putin, a República Popular da China de Xi Jinping ou a República Islâmica do Irã, são retratados negativamente na mídia ocidental, não por serem adversários políticos do Império das mentiras, mas por não defenderem minorias, mulheres, gays ou grupos étnicos.

    Financiados por fundações ocidentais, em especial a Fundação Ford, Fundação Kellogs, Fundação Konrad Adenauer, Fundação Fulbright, Open Society, entre outros, forjou-se pessoas e organizações com a finalidade de agir como membros da sociedade civil, representantes de causas legítimas ou mesmo como lideranças que não lideram ninguém ou foram indicados pelas comunidades que dizem representar. 

    Neste momento, na Georgia, na fronteira da Federação Russa, a maioria da população expressou eleitoralmente o desejo de viver em paz com a potência euroasiática e se recusam a se tornar carne de canhão em defesa dos interesses da OTAN, União Europeia e dos EUA. Assim, pela quarta vez, temos uma tentativa de revolução colorida, liderada pela ex-presidente francesa do país. O mesmo acontece na Romênia, Moldávia e em Moçambique.

    Tal e qual o professor Silvio Almeida, Alysson Mascaro não será o último.O foco está nos radicais, naqueles que não se submetem a ordem neoliberal. Deste modo, por incrível que possa parecer, o Congresso Nacional precisa com urgência criar uma legislação para o controle de ONGs, que se disfarçam de sociedade civil, mas agem como agentes estrangeiros.

    Além de contaminar as instituições democráticas, eliminando direitos legítimos como a presunção de inocência, o legítimo processo legal o direito ao contraditório, eles pressionam o Estado brasileiro por meio dos espaços de controle social e participação em organismos multilaterais. Qual a relação da ONG estrangeira denunciante dos professores Silvio e Alysson, com a interferência no Disque 100, ou em contratos que estavam sendo investigados no Ministério dos Direitos Humanos?

    Vejam os participantes do último G20 Social,no Rio de Janeiro. Em sua declaração final não há uma única referência ao genocídio promovido por Israel na Palestina ocupada.

    Nos governos petistas, com suas alianças com o Partido Democrata e outros liberais europeus, participar dessas ongs, funciona como uma porta giratória que permite acesso aos altos cargos da república. Dúvidas, vejam como Ministério do Meio Ambiente e o IBAMA, infestados por esses representantes, agem de modo a frear o desenvolvimento nacional,como o caso da pesquisa pela Petrobrás do potencial energético da Margem Equatorial. 

    Nesses termos, seja à direita ou à esquerda, esta técnica, que é fruto da biopolítica foucaultiana, renovada pela noção de Necropolítica de Achille Mbembe, permite a dominação de espectro total, na medida que o indivíduo ou população alvo, ao ser rotulado (traficante, pederasta, pedófilo, assediador) perde sua humanidade e como tal o direito a existir, como vemos acontecer na Palestina, nas prisões brasileiras e nas comunidades periféricas. Não temos uma investigação de uma suspeita fundada, mas uma operação midiática cujo objetivo é produzir o linchamento moral e morte civil do alvo, enquanto, indivíduo. Ou legítimas guerras eternas do império contra o Sul Global, como infelizmente, é o caso da antiga Síria que acaba de desaparecer como Estado e unidade nacional

    É hora de libertar nossa sociedade desta forma horrorosa de opressão imperialista que se esconde atrás da fachada de direitos humanos progressista.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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