Que coisa feia, seu Jair!
É, meus caros “patriotas” ficam sem pai nem mãe
Quase todo mundo conhece essa historinha.
Dois caras estavam pintando a fachada de uma casa. Um, no alto da escada, fazia a pintura propriamente dita. O outro, por medida de segurança, segurava a escada. De repente, não se sabe muito bem o porquê, o cara que segurava a escada, talvez por simples sacanagem (quem sabe…), avisa ao colega de cima: “ô Chico, te segura na broxa que eu vou tirar a escada”, deixando o colega “pendurado” no pincel. O colega, é óbvio, se esborracharia no chão.
Foi mais ou menos isso que Jair Bolsonaro acabou de fazer com os seus seguidores, depois de aparecer numa live patética e embarcar no avião presidencial rumo aos Estados Unidos. Deixou seu “povo” pendurado no pincel. E, assim, seu povo vai se esborrachar no chão, como o cara da pintura. E, pior, ao contrário daquele que segurava a escada, nem avisou nada a ninguém.
E agora, eu, que passei dois meses acampado na frente do quartel lá perto de casa, me aboletei na frente da cabine de um caminhão a 100 km/h, ameacei invadir a sede da Polícia Federal em Brasília, queimei carros na capital federal, tentei explodir um caminhão perto do aeroporto, também de Brasília, passei semanas, meses, indo ao cercadinho do Alvorada, só para ver ouvir as verdades do meu líder, estive na Paulista vendo o meu líder, no 7 de Setembro, vociferar contra a democracia, contra o STF, incentivar o golpe de estado (isso só pra citar alguns dos atos e eventos dos quais participei), fico como? Ah, ia me esquecendo das lives. Assisti a todas, ao vivo ou gravadas (o pessoal lá de casa gravava tudo, para eu assistir depois).
É, meus caros “patriotas” ficam sem pai nem mãe. Pois é, seu Jair, depois de passar quatro anos atentando quase que diariamente contra as instituições democráticas, incentivar o ódio aos seus seguidores, desdenhar da pandemia da Covid e das vacinas, transformar o porte de arma em política pública, fazer um governo apequenado e mesquinho e nos deixar um legado vergonhoso, incompatível com a grandeza de um país considerado como uma das maiores economias do mundo, resolve simplesmente, deixar o país, já desgovernado, para passar um mês, no mínimo, nos Estados Unidos.
Mas, em suma, esperar o que de um personagem tão ridículo?
Só nos resta lamentar: que coisa feia, seu Jair!
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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