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    Renato Farac

    Engenheiro Florestal formado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ/USP). Membro do Comitê Central Nacional do Partido da Causa Operária (PCO)

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    Quem é Simone Tebet, amiga da esquerda frente-amplista

    PCdoB e PSOL se unificam em favor da frente ampla com Simone Tebet, latifundiária e uma das principais responsáveis pela situação dos indígenas

    (Foto: Jefferson Rudy)

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    Renato Farac, DCO

    A esquerda frente amplista encabeçada pelo PSOL e pelo PCdoB está se revelando “amiga” das principais lideranças do latifúndio bolsonarista e anti indígena no Brasil. Estamos falando da latifundiária e senadora pelo MDB Simone Tebet. Com uma atuação não somente no Congresso Nacional, mas no cotidiano do Mato Grosso do Sul responsável pela violência contra os povos indígenas, é parceira de “lutas” de dois partidos da esquerda, o PSOL e o PCdoB, participando de congressos do PCdoB e assinando artigos na imprensa golpista juntamente com a deputada Isa Penna e a presidente da UNE, Bruna Brelaz.

    Simone Tebet é de uma família de políticos tradicionais e defensores do latifúndio do Mato Grosso do Sul, seu pai, Ramez Tebet foi senador e presidente do Congresso Nacional. A atuação de Simone Tebet sempre foi defender os latifundiários e atacar duramente os povos indígenas. Isso ocorre porque Tebet é latifundiária e possui propriedades em um dos municípios com maior conflito entre indígenas e latifundiários, Caarapó, palco de massacre contra os índios. Tebet é proprietária da Fazenda Santo Antônio da Matinha neste mesmo município e tem profundos interesses no massacre de indígenas.

    Dentro do Congresso Nacional, Tebet é uma das lideranças e atua de todas as maneiras possíveis para atacar os direitos dos índios e, em particular acabar com as demarcações de terras. Já chegou a pedir a suspensão de todas as demarcações no período de quatro anos e quer que os grileiros e latifundiários sejam indenizados após terem roubado as terras indígenas.

    O marido de Simone Tebet, o deputado Eduardo Rocha, também é um grande defensor do latifúndio e do massacre de indígenas. Em 2016, houve uma grande operação dos latifundiários que tentaram realizar um despejo ilegal dos indígenas no município de Caarapó (MS). Durante a operação mais de 60 caminhonetes onde estavam latifundiários e políticos como o deputado Luiz Henrique Mandetta, massacraram uma comunidade indígena que estava retomando suas terras do latifúndio e o resultado ficou conhecido como o Massacre de Caarapó. Um indígena foi assassinado e dezenas de feridos. Depois do massacre, o marido de Simone Tebet, então deputado foi até o município do confronto e se solidarizou e defendeu a ação dos latifundiários contra os indígenas.

    O maridão de Simone Tebet ainda foi um ferrenho defensor e mais atuante na CPI aberta pelos latifundiários na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para investigar o Conselho Indigenista Missionário que dá suporte aos indígenas que estão sendo atacados no estado e em todo o Brasil, incluindo o relatório anual de violência contra os povos indígenas que desmascara a atuação dos latifundiários contra os indígenas.

    Representa o latifúndio de uma das regiões mais violentas e assassinas contra os povos indígenas

    Em primeiro lugar, vale lembrar um pouco da história de Simone Tebet e sua ação em favor da ala mais retrógrada e violenta contra a população do campo que representa o latifúndio do estado do Mato Grosso do Sul.

    O Estado do Mato Grosso do Sul é um dos mais violentos do país contra os povos indígenas. Segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) analisados por um estudo do Instituto Socioambiental (ISA), o Mato Grosso do Sul é responsável por 39% dos 1.367 assassinatos de lideranças indígenas ocorridos entre 2003 e 2019.

    Além da violência direta contra indígenas, a situação de miséria, perseguições e humilhações em decorrência da política dos latifundiários no Mato Grosso do Sul leva outro resultado aterrorizante para os índios: os suicídios. No mesmo estudo do ISA, os dados mostram que o Mato Grosso do Sul concentrou 63% dos suicídios cometidos por indígenas no país, entre 2000 e 2019, ou seja, a pressão contra os indígenas realizada pelo latifúndio e seus pistoleiros leva a uma degradação completa das comunidades, aldeias e retomadas, levando os indígenas a uma situação de desespero e ao suicídio.

    PCdoB e PSOL com os assassinos de indígenas e sem terras

    A latifundiária e defensora do genocídio indígena, Simone Tebet, vem se tornando amiga do PSOL e do PCdoB. No recente Congresso Estadual do PCdoB do Mato Grosso do Sul, Simone Tebet participou e rasgou elogios ao PCdoB e à frente ampla e foi muito aplaudida pelos presentes do Congresso em uma cena asquerosa. Umas das maiores responsáveis pelo genocídio indígena sendo aplaudido por um partido que se diz de esquerda e que possui indígenas em sua base, incluindo a eleição de um indígena para o seu Comitê Central, o Cacique Aruã Pataxó.

    A insanidade dessa esquerda é tamanha que a deputada e líder do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo, Isa Penna, e a presidente da UNE, Bruna Brelaz, assinaram um artigo na golpista e anti petista Folha de S.Paulo com a senadora latifundiária Simone Tebet e a deputada da Fundação Lemann, Tábata do Amaral.

    O artigo que defende que não há frente ampla sem protagonismo feminino é outro desserviço dessa esquerda. Passam um “pano” para os genocidas dos povos indígena e que nesse momento estão massacrando e invadindo terras indígenas por todo o país.

    A frente ampla mostra o identitarismo e que a defesa dos indígenas é uma farsa

    Esses são poucos exemplos do que é a frente ampla e sua função. Serve apenas para se aliar e colocar todo o movimento contra o golpe e Bolsonaro a reboque dos maiores genocidas do país, o latifúndio e a burguesia nacional. Não há nada de progressista e muito menos democrático em se aliar com esse setor da sociedade que quer transformar o Brasil num enorme latifúndio exportador de matérias primas às custas da população pobre e explorada.

    Recentemente Bruna Brelaz diz que está sofrendo racismo, misoginia ou coisa parecida, mas fica evidente porque não responde às críticas que vem recebendo e somente sabe usar esse identitarismo vazio. Quer evitar que as críticas avancem e mostrem suas posições, juntamente com outra esquerdista amiga da genocida Simone Tebet, a deputada do PSOL Isa Penna, receba críticas e esconda que estão de mãos dadas e são amantes da direita fascista. Bruna Brelaz ficou incomodada pelas declarações dizendo ser “mais uma negra a serviço da casa-grande”. A senadora latifundiária e genocida Simone Tebet é o exemplo moderno da casa-grande. Cabe à presidente da UNE se enquadrar como serviçal do latifúndio genocida.

    E que a defesa que o PSOL e o PCdoB fazem dos povos indígenas é uma farsa e uma demagogia eleitoreira porque na verdade estão com elementos ainda piores que Jair Bolsonaro e que estão na prática esmagando os povos indígenas como a latifundiária e representante dos assassinos de indígenas do Mato Grosso do Sul, a senadora Simone Tebet.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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