(R)Existência!
"Quero chorar mas nada escorre em meu rosto. A indignação e revolta falam mais alto. É impossível ficar tranquilo mesmo que à distância"
Dói na alma as coisas que vemos na Palestina.
Quero chorar mas nada escorre em meu rosto. A indignação e revolta falam mais alto.
É impossível ficar tranquilo mesmo que à distância.
Os gritos mudos das fotos e até o das explosões ensurdecedoras me incomodam.
Tento desconectar e respirar. Mas me falta ar.
Tento comer, e logo penso na fome e privação imposta aos irmãos e irmãs palestinas em Gaza sofrem desde 1948.
Gaza é hoje o maior campo de concentração a céu aberto do mundo.
Tento espairecer tomando um banho, mas logo lembro que milhões em Gaza estão sendo bombardeados, aniquilados.
Resolvo deitar para ler um livro. E nova dor me toma o corpo sabendo que milhões de pessoas em Gaza lutam para sobreviver ao genocídio de Israel que lhes impedem acesso à luz.
Crimes de guerra.
Desrespeito aos acordos do Direito Internacional.
Mas isso não é novidade em se tratando do estado de apartheid de Israel, que nunca obedeceu às resoluções da ONU e os tratados internacionais.
Queremos a paz. Mas só existirá com o direito de existência da Palestina.
Décadas de opressão com abusos de um regime sionista de supremacia judaico-europeia explodem mais uma vez.
Não consigo concentrar e nem pensar direito.
Pensamentos acelerados acompanham as batidas de meu coração.
Dor de cabeça, palpitações, tontura. Dói. Mas sei que nada se compara a dor que o povo palestino sofre desde 1948.
Fecho o livro que não consegui ler.
Apelo para um remédio para me ajudar a dormir. E lembro que nem acesso aos medicamentos os assassinos de Israel permitem aos doentes, mutilados e acamados.
Lembro também dos hospitais atacados e pulverizados por Israel. Nem doentes e feridos escapam do desejo colonialista do sionismo.
Bebo um copo de água gelada que me desce amargo. Não pelo comprimido, mas pela dor que sinto daqueles que sentem sede e não tem direito à água.
Apago minha luz e agora estou como os palestinos: na escuridão.
Mas ao contrário das crianças, mulheres, idosos e tantas pessoas em Gaza, estou debaixo de um teto seguro e deitado em minha cama. Não estou sobre entulhos ou debaixo deles naquilo que poderia ser meu último suspiro.
Não estou sendo pulverizado com a chuva de armamento químico como o fósforo branco que queimaria meu corpo até os ossos.
Dor.
Impossível dormir. Impossível ter paz.
A cada bombardeio criminoso, a cada atualização dos números de palestinos assassinados, a cada nova etapa do processo genocida e de limpeza étnica que começou há 76 anos e persiste até hoje, a pergunta que segue sem resposta com a conivência da mídia corporativa: até quando isso vai durar?
A mesma mídia canalha, que tem as mãos sujas com sangue dos inocentes, que usa de malabarismo ao dizer que “palestinos morrem”, deturpa a verdade para defender o sionismo: palestinos são mortos por Israel!
Só tenho um desejo: que toda dor, que todo grito se transforme em força para que sigamos na luta pelo direito do (r)existir da Palestina!
E por favor, não confundam a pseudodefesa do sionismo de Israel, que age como um estado supremacista de apartheid e se vitimiza por trás de uma farsa religiosa, com o genocídio que promove contra o povo palestino.
Esta não é uma questão religiosa! Judeus de verdade são contra o estado genocida de israel.
Sejamos a voz do povo palestino!
Denunciemos o verdadeiro estado terrorista de Israel!
Ecoemos o grito pela liberdade da Palestina!
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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