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    Luiz Fernando Padulla

    Professor, biólogo, doutor em Etologia, mestre em Ciências, autor do blog 'Biólogo Socialista'

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    (R)Existência!

    "Quero chorar mas nada escorre em meu rosto. A indignação e revolta falam mais alto. É impossível ficar tranquilo mesmo que à distância"

    (Foto: Mahmoud Illean)

    Dói na alma as coisas que vemos na Palestina.

    Quero chorar mas nada escorre em meu rosto. A indignação e revolta falam mais alto.

    É impossível ficar tranquilo mesmo que à distância.

    Os gritos mudos das fotos e até o das explosões ensurdecedoras me incomodam.

    Tento desconectar e respirar. Mas me falta ar.

    Tento comer, e logo penso na fome e privação imposta aos irmãos e irmãs palestinas em Gaza sofrem desde 1948.

    Gaza é hoje o maior campo de concentração a céu aberto do mundo.

    Tento espairecer tomando um banho, mas logo lembro que milhões em Gaza estão sendo bombardeados, aniquilados.

    Resolvo deitar para ler um livro. E nova dor me toma o corpo sabendo que  milhões de pessoas em Gaza lutam para sobreviver ao genocídio de Israel que lhes impedem acesso à luz.

    Crimes de guerra.

    Desrespeito aos acordos do Direito Internacional.

    Mas isso não é novidade em se tratando do estado de apartheid de Israel, que nunca obedeceu às resoluções da ONU e os tratados internacionais.

    Queremos a paz. Mas só existirá com o direito de existência da Palestina.

    Décadas de opressão com abusos de um regime sionista de supremacia judaico-europeia explodem mais uma vez.

    Não consigo concentrar e nem pensar direito.

    Pensamentos acelerados acompanham as batidas de meu coração.

    Dor de cabeça, palpitações, tontura. Dói. Mas sei que nada se compara a dor que o povo palestino sofre desde 1948.

    Fecho o livro que não consegui ler.

    Apelo para um remédio para me ajudar a dormir. E lembro que nem acesso aos medicamentos os assassinos de Israel permitem aos doentes, mutilados e acamados. 

    Lembro também dos hospitais atacados e pulverizados por Israel. Nem doentes e feridos escapam do desejo colonialista do sionismo.

    Bebo um copo de água gelada que me desce amargo. Não pelo comprimido, mas pela dor que sinto daqueles que sentem sede e não tem direito à água.

    Apago minha luz e agora estou como os palestinos: na escuridão.

    Mas ao contrário das crianças, mulheres, idosos e tantas pessoas em Gaza, estou debaixo de um teto seguro e deitado em minha cama. Não estou sobre entulhos ou debaixo deles naquilo que poderia ser meu último suspiro. 

    Não estou sendo pulverizado com a chuva de armamento químico como o fósforo branco que queimaria meu corpo até os ossos.

    Dor.

    Impossível dormir. Impossível ter paz. 

    A cada bombardeio criminoso, a cada atualização dos números de palestinos assassinados, a cada nova etapa do processo genocida e de limpeza étnica que começou há 76 anos e persiste até hoje, a pergunta que segue sem resposta com a conivência da mídia corporativa: até quando isso vai durar?

    A mesma mídia canalha, que tem as mãos sujas com sangue dos inocentes, que usa de malabarismo ao dizer que “palestinos morrem”, deturpa a verdade para defender o sionismo: palestinos são mortos por Israel! 

    Só tenho um desejo: que toda dor, que todo grito se transforme em força para que sigamos na luta pelo direito do (r)existir da Palestina!

    E por favor, não confundam a pseudodefesa do sionismo de Israel, que age como um estado supremacista de apartheid e se vitimiza por trás de uma farsa religiosa, com o genocídio que promove contra o povo palestino.

    Esta não é uma questão religiosa! Judeus de verdade são contra o estado genocida de israel. 

    Sejamos a voz do povo palestino! 

    Denunciemos o verdadeiro estado terrorista de Israel!

    Ecoemos o grito pela liberdade da Palestina!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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