Reconhecer a parcialidade de Moro é pouco: quem vai pagar pelo que ele roubou?
O Brasil perdeu 4,4 milhões de empregos e quase 180 bilhões em investimentos, e sofre com um perverso na presidência da República por causa da Lava Jato, analisa Joaquim de Carvalho
O Supremo Tribunal Federal concluiu o julgamento sobre a parcialidade de Sérgio Moro. Por 7 a 4, a corte suprema anulou a condenação do ex-presidente Lula no caso do triplex do Guarujá.
Votaram contra Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio Mello e Luís Fux. Destes, o voto surpreendente foi o de Mello.
As mensagens acessadas pelo hacker Walter Delgatti arquivadas nas nuvens por Deltan Dallagnol dão conta de que a Lava Jato considerava Fachin deles, Barroso, amigo íntimo do procurador e Fux, um ministro da confiança de Moro.
Condenaram Moro os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Carmem Lúcia, Rosa Weber, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Nunes Marques — que considerou que a decisão da Segunda Turma não poderia ser revista pelo pleno.
Por maioria, os ministros colocaram Moro no seu devido lugar — o de magistrado indigno.//
Mas não é possível devolver a Lula os 580 dias de liberdade que lhe foram tirados.
Também não é possível retroceder no tempo e reparar outras consequências nefastas da Lava Jato.
Quem vai devolver os 4 milhões e quatrocentos mil empregos que foram perdidos por causa da Lava Jato?
Quem vai reativar as empresas que quebraram por causa da ação de Moro e dos procuradores de Curitiba?
O Dieese, entidade tradicional que faz estudos sobre economia, apontou que quase 180 bilhões de reais deixaram de ser investidos no País como consequência direta da Lava Jato.
Quem vai recuperar tudo isso?
Não é possível.
O STF corrigiu o maior erro judicial da história do País.
Mas não pode voltar no tempo e permitir que Lula dispute a eleição de 2018, o que certamente impediria que Jair Bolsonaro chegasse ao poder.
Também não é possível ressuscitar os brasileiros que tombaram por conta da gestão genocida de Jair Bolsonaro diante da pandemia.
Não é possível retroceder no tempo e impedir as queimadas das florestas, fruto da decisão de Bolsonaro de desmontar a estrutura de fiscalização do Ibama.
O Brasil é hoje um país muito menor do que antes de 2014, quando teve início a Lava Jato.
Brasileiros morreram, famílias foram destruídas com a redução da economia.
Quem vai pagar por esse desastre?
O reconhecimento da parcialidade de Moro é pouco.
É preciso agora investigar e descobrir por que Moro agiu contra os interesses do brasil, beneficiando uma potência estrangeira, os estados unidos?
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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