Reginaldo Lopes e Venezuela: subindo de classe
Qualquer que tenha sido o critério do governo brasileiro para vetar a inclusão da Venezuela, falar que teria relação com a “democracia” é lacração demagógica
Que a grande imprensa fale besteira, faz parte.
Que alguns petistas repitam estas besteiras, também faz parte.
Exemplo: a opinião do deputado Reginaldo Lopes sobre a posição do governo brasileiro em Kazan.
Tal opinião pode ser lida aqui:
Segundo o deputado, o Brasil seria uma espécie de professor que dá notas para os países da região. “Não fez o dever de casa, não sobe de classe”.
O Brasil, nos governos Lula e Dilma, sempre recusou tal postura de “agência certificadora”. Entre outros motivos porque seria impossível competir com os EUA no quesito arrogância & prepotência.
Além de querer copiar a sutileza dos gringos, o deputado parece querer copiar também a ignorância.
Afinal, qualquer pessoa bem informada sabe que vários integrantes dos BRICS não correspondem (ainda bem!) ao “standard USA de democracia”.
É o caso, entre outros, de Cuba, cuja inclusão na “lista de pretendentes a participar dos BRICS” foi corretamente apoiada pelo Brasil.
Portanto, qualquer que tenha sido o critério do governo brasileiro para vetar a inclusão da Venezuela, falar que o “recado” teria relação com a “democracia” é, na melhor das hipóteses, lacração demagógica.
Sobre o papel da “democracia” nas razões do veto brasileiro, recomendo ler o que diz Celso Amorim na entrevista abaixo:
Segundo Amorim, “a questão com a Venezuela [no Brics] não tem a ver com democracia”.
Moral da história: Reginaldo não sabe do que está falando. Mas sabe muito bem porque está falando.
Seu objetivo é “subir de classe”.
Nesse quesito, reconheço que ele está indo muito bem.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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