Reitoria "de esquerda" chamou polícia para invadir UERJ
"O uso da violência policial e o recurso a uma medida que claramente compromete a autonomia universitária abrem gravíssimo precedente", escreve Carlos Vainer
É certo que a responsabilidade primeira da crise na UERJ é do governo do estado e não da reitoria. É certo que há equívocos na condução do processo pela Reitoria e na condução da luta por parte de setores do movimento estudantil. Mas tudo isso se torna, agora, menos importante, em razão da brutal ação policial decorrente do pedido de reintegração de posse pela Reitoria.
Sejam quais forem as responsabilidades de parte a parte na dificuldade/impossibilidade/incapacidade de encontrar um caminho que unificasse a reitoria e os estudantes na luta contra a escassez de recursos decorrente de um claro desejo do governador e de seu campo político de fragilizar a universidade pública, é inaceitável que uma Reitoria eleita pelos setores democráticos e progressistas, que se reivindica de esquerda, chame a polícia para invadir o campus universitário.
O uso da violência policial e o recurso a uma medida que claramente compromete a autonomia universitária abrem gravíssimo precedente, são lamentáveis, inaceitáveis. Como também é lamentável que, apesar de esforços de diferentes e importantes lideranças e setores, as entidades e sindicatos universitários, partidos políticos e organizações democráticas da sociedade civil não tenham sido capazes de intervir e mediar o conflito, à busca de soluções que unificassem o campo democrático e progressista em sua luta contra Claudio Castro, um notório inimigo da educação.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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