Renato Feder, novo secretário da educação de São Paulo é a peça-chave do desmanche do funcionalismo público no estado
Seguindo as gestões tucanas que precarizaram a educação estadual, Renato Feder, o CEO da Multiplus (empresa de tecnologia) é mais um liberal a se ‘banquetear’ com as receitas públicas do estado.
Em recente escândalo em que o empresário foi denunciado por offshore, ou seja, paraísos fiscais, cujas receitas são oriundas de forma ilícita ou até mesmo para esconder, fugir, como mecanismo de sonegação fiscal, tributária.
Feder obteve contratos com os governos do PSDB, os ex-governadores João Dória e Rodrigo Garcia, em parceria com a citada Multiplus, empresa que detêm 28% das ações. Perguntado se continuaria exercendo uma função como empresário, atuando como gestor na educação, negou as ações.
Fala que não se confirmou após a confirmação de envio de recursos através de offshore. O deputado federal do PSOL, Carlos Giannazi já pediu sua exoneração do cargo de secretário de educação do estado de SP.
JOGO DE CARTAS MARCADAS
Não é novidade que ‘raposas’ do mercado financeiro, do setor empresarial usam das ‘tetas do estado’, como sistema de enriquecimento. Sob o mantra, ‘estado cheio, inflado’, o discurso ultraliberal: acabar com as políticas públicas, estatais, direitos trabalhistas para barganhar riqueza.
O caso mais recente em São Paulo se repete já há algumas décadas. A oligarquia do império se repete, as elites, classe empresarial se apoderando, apossando, controlando o mercado, passando, repassando licitações obscuras a troco de interesses.
A fala: “Já que não podemos contra eles, junte se a eles”. A ‘mãe pátria’ com ‘berço da burguesia’, em prol do controle do mercado, o famoso “Estado Mínimo” para o povo e o “Máximo” para eles. Nada como a romantização do capitalismo para fomentar o falso progressismo: deixar o ‘estado de joelhos’, a população a mercê da pobreza, desigualdades sociais afloradas e muita injustiça social. Em especial, a perseguição de funcionários públicos, como professores e demais servidores.
Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador eleito pelo estado de São Paulo, pupilo do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, não satisfeito por ‘surfar’ na onda do ‘bolsonarismo’ trouxe toda leva conservadora, ultraliberal, inclusive com alguns nomes sondados, dentre eles, o ex-ministro da economia, Paulo Guedes, artigo de luxo, já nomeado por ele. Do reacionarismo ao elitismo via estatal. Se o sangue, o autoritarismo, o ódio do bolsonarismo não está travestido, visceral, em forma de armas, tortura, a manutenção ideológica dá um ar democrático camuflada de uma aparente calmaria.
Feder e Tarcísio fazem parte do elitismo oligárquico, abastecido de um grande armamento ideológico que visa criar mazelas sociais, redistribuir a riqueza para os mesmos pares: conservadores, patriarcas, amigos empresários.
O atual mandatário do governo do Estado de São Paulo já deixou suas garras a mostra com a aprovação do aumento em mais de 50% do próprio salário. Em contrapartida, o discurso privatista: entregar para o setor privado a Sabesp (Companhia do Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
Seguindo a cartilha, Feder, ex-secretário de Educação do governo do estado do Paraná e atual representante no setor por São Paulo também já mostrou a que veio deixando uma ‘herança maldita’ a docentes paranaenses, com privatizações e militarização do ensino, usando da sistemática operacional ideológica, na manutenção do estado em sua soberania e colocando em xeque, o funcionalismo público.
Com o tom manso de quem chegou de repente, em meio a ventanias e tempestades, a fala amistosa de um lobo que observa o rebanho para dar o ataque de forma sorrateira. ‘Dinamites invisíveis’ a uma lupa, mas com uma capacidade de destruição intergaláctica. Esse é o futuro que o estado de SP aguarda, um universo paralelo que se define pela segregação, seja ela, social, tecnológica, estrutural...
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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