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    Alex Solnik

    Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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    Renúncia branca

    Bolsonaro não renunciou formalmente, mas a sua birra de faltar ao serviço desde que perdeu a eleição só pode ser definida como renúncia branca

    Presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento no Palácio da Alvorada 01/11/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

    Por Alex Solnik

    O ainda presidente da República não comparece ao serviço há duas semanas. 

    Isso me faz lembrar de dois episódios. 

    Em 1961, Jânio Quadros surpreendeu o país renunciando nove meses depois de assumir a presidência da República. Atribuiu a decisão a “forças terríveis”, que jamais definiu. 

    Dentre as várias interpretações de seu gesto, a mais unânime é a de que, como bom populista, pretendia voltar “nos braços do povo”. 

    O segundo episódio aconteceu em 1964. 

    Ao constatar a ausência do presidente João Goulart no Palácio do Planalto enquanto tropas golpistas se deslocavam para derrubá-lo, o então presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, declarou vaga a cadeira do presidente. 

    Bolsonaro não renunciou formalmente, como Jânio, nem Rodrigo Pacheco vai dar uma de Auro de Moura Andrade.

    Mas a sua birra de faltar ao serviço desde que perdeu a eleição só pode ser definida como renúncia branca.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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