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    Ivan Guimarães

    Economista pela PUC-SP com especialização em politicas publicas pelo IE - Unicamp

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    Responsabilidade Ambiental

    Nossas cidades, algumas novas, deverão estar preparadas para a emergência climática. Será preciso planejar essas cidades.

    Alagamento em Porto Alegre provocado por chuva recorde no RS (Foto: REUTERS/Renan Mattos)

    Não há mais o que discutir, os tempos são outros e o tempo mudou.  Não há mais amenidades. O Sol é abrasador, a chuva é torrencial e a humidade é quase sempre baixa como a Humanidade, que tornou o mundo um lugar pior para viver.

    Queimamos combustíveis fosseis, plantamos demais com adubos químicos e sujamos tudo com nossos processos industriais e nosso consumo absurdo.

    O tempo de mudar já passou há tempos. Assista a “uma verdade inconveniente” filme do Al Gore, que demonstra o porquê a emissão de gases está destruindo o planeta e onde isso vai dar.

    As medidas paliativas não existem.

    O desmatamento tem que ser zerado. Devemos limitar as áreas de pasto, com regras claras e rígidas, onde a ocorrência de focos de incêndio seja investigada pela Polícia Federal. Não podemos permitir o aumento as áreas de pasto, através das queimadas.

    As áreas de  queimadas deveriam ser expropriadas de seus proprietários. Ao inverter a lógica perversa de que as queimadas trazem ganhos, os proprietários rurais adotariam cuidados de zeladoria sobre as áreas, evitando seu embargo e o processo criminal.

    O mercado de crédito de carbono pode ser estimulado e ampliado. As empresas teriam que atingir 100% de anulação de suas emissões. Se tiverem menos que isso, seriam aplicadas taxas sobre seu faturamento.

    A participação dos cidadãos é possível, mediante a aquisição de cotas de um futuro fundo de investimento em florestas, que pode proporcionar ganhos aos investidores.

    Nossas cidades, algumas novas, deverão estar preparadas para a emergência climática.  Será preciso planejar essas cidades, considerando as tecnologias de Smart  cities com práticas da arquitetura sustentável.

    Áreas ocupadas em várzeas ou baixadas serão ocupadas por parques inundáveis, que serão imensos depósitos de água de chuva.

    Muitas arvores deverão ser plantadas.  Em cidades preparadas para o novo clima, não teremos mais vidro espelhado nas fachadas, mas peças que propiciem a entrada controlada de luz, de ventos e geração de energia elétrica. No atual” boom” imobiliário existem bons exemplos dessa arquitetura sustentável ou integrativa, como a praticada pelos arquitetos vinculados ao protocolo Leed,  como Renzo Piano ou Santiago Calatrava. No Brasil já existem escritórios que abraçaram esta causa, como Michele Daltoé e Thaise de Loyola.

    Nas novas cidades haverá pouco espaço para o transporte individual. É necessário repensar uma grande oferta de sistemas coletivos de transporte de pessoas e cargas. Além da gestão avançada das cidades através de Tecnologia da Informação, com sistemas de Inteligência Artificial. Poderemos paulatinamente recompor nosso planeta, numa versão menos consumista.

    Claro, tudo isso pode dar errado, e as velhas cidades escombros da luta contra o tempo, abrigarem os pobres. E servirem de alicerce das novas torres, ocupadas pelos ricos, numa versão tupiniquim da Los Angeles de Blade Runner ou radicalizando o que se vê na avenida Faria Lima.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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