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    Edson Santos

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    Retomada dos investimentos em tecnologia de defesa

    O submarino nuclear é considerado estratégico para dissuadir qualquer ameaça às reservas do pré-sal e patrulhar a Amazônia Azul

    Submarino Tonelero (Foto: Marinha do Brasil/Agência Marinha de Notícias)

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    O presidente Lula e o presidente da França, Emmanuel Macron, acompanharam nessa quarta-feira (26) o lançamento ao mar do Tonelero, terceira entrega do Prosub, o programa franco-brasileiro para o desenvolvimento de submarinos.

    O lançamento foi realizado no Complexo Naval de Itaguaí, onde também será concluída a construção do submarino de propulsão nuclear Álvaro Alberto, que deverá ficar pronto até 2029. Quando isso enfim acontecer, o Brasil vai ingressar no seleto clube de países que dominam a propulsão nuclear naval, hoje restrito à China, EUA, França, Índia, Reino Unido e Rússia.

    Estive com o presidente Lula no lançamento deste projeto audacioso em Itaguaí, em 2008, quando era seu ministro da Igualdade Racial. Alguns anos depois, já no governo da presidente Dilma, quando era deputado federal, fui relator do projeto de lei que criou a estatal Amazul, responsável pelo desenvolvimento do submarino nuclear.

    O Prosub integra o conjunto de pesados investimentos feitos pelo presidente Lula para a retomada da modernização das Forças Armadas e em tecnologia de defesa. Projetos que incluem o desenvolvimento da aeronave militar C-390 pela Embraer e a instalação em São Paulo da linha de montagem dos caças suecos Gripen, com transferência de tecnologia e milhares de empregos diretos gerados aqui no Brasil.

    O submarino nuclear é considerado estratégico para dissuadir qualquer ameaça às reservas do pré-sal e patrulhar a Amazônia Azul, região importante para o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente na costa brasileira.

    Lamentavelmente, é preciso lembrar, o Prosub foi sabotado pela malfadada operação Lava Jato, que com “métodos jurídicos heterodoxos” condenou o homem que colocou o Brasil entre os poucos países que dominam a tecnologia nuclear. O que ocorreu quando, em 2015, aparentemente a serviço de interesses estrangeiros, o ex-juiz Sérgio Moro condenou a 43 anos de prisão o almirante da Marinha e físico nuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, de 77 anos.

    Para além da terrível injustiça contra o militar, o temor maior é de que documentos confiscados pela Lava Jato possam ter comprometido os segredos mais bem guardados da tecnologia e do programa nuclear brasileiro.

    Com desmontes acumulados durante os governos Temer e Bolsonaro, o Prosub e os demais projetos de tecnologias de defesa foram agora providencialmente retomados e fortalecidos pelo presidente Lula. Além de estratégicos em termos geopolíticos, os investimentos na área fortalecem várias cadeias produtivas e a economia como um todo, sobretudo com a geração de empregos e renda.

    Não por acaso, o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), voltado para o crescimento econômico por meio do investimento em infraestrutura, trouxe aportes bilionários ao orçamento de Defesa. Serão contemplados projetos de aquisição para as três Forças, como, dentre outros, a construção de fragatas da classe Tamandaré e os programas estratégicos Astros e FX-2, respectivamente da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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