Rodrigo Constantino: símbolo de uma elite podre
“São bárbaros incapazes de reconhecer a própria inferioridade”, disse Constantino ao se referir a jovens pobres e negros das periferias que querem apenas ter acesso às coisas que o senso comum diz que significam sucesso: bens materiais
A polêmica da vez na mídia e nas redes sociais são os chamados “rolezinhos”. Grupos de jovens da periferia marcam encontros em shopping centers para, como já diz o nome, dar um rolé. Isso sempre existiu desde quando começaram a surgir esses centros comerciais pelo país.
A polêmica começou quando um grupo começou a correr em um shopping na cidade de São Paulo. Como toda madame, ao ver um pretinho, já acha que será molestada, logo os “rolezinhos” se tornaram arrastões. Não que organizar correrias dentro de estabelecimentos como esse seja normal, mas criminalizar a juventude negra da periferia por fazer isso, aí já é demais.
Em Maceió, no mês de dezembro do ano passado, poucos dias após começar a polêmica em torno dos “rolezinhos”, um Maceió Shopping, antigo Iguatemi, expulsou um grupo de 15 jovens.
As madames, tanto na capital alagoana como na paulista, logo transformaram aquele grupo em arrastão. A polícia foi chamada e nenhuma irregularidade foi encontrada com algum membro desse grupo. Eles vestiam roupas de torcida organizada e dentro desse centro comercial tem uma loja de uma das maiores do estado.
Como sempre diante de polêmicas que envolvem acesso dos mais pobres ao que quer que seja, logo surgem todos os tipos de preconceitos. O mais asqueroso foi um comentário feito pelo filho pródigo da madamagem new generation, Rodrigo Constantino.
Ele é economista formado pela PUC do Rio de Janeiro. É do Instituto Millenium e escreve para a Veja. Reparem que sempre que surge um reacionário transpirando ódio de classe ele escreve para Veja. Começou a ficar famoso após destilar esse tal ódio em relação aos mais pobres de forma torpe e baixa.
Ele é tão infantil que acha que ir à Disney é sinal de evolução em relação aos outros seres humanos. Como se inúmeros filhos da classe trabalhadora já não tivessem ido ao parque nos Estados Unidos.
Leiam um trecho do que escreveu do deslumbrado por brioches de padaria fina:
“Não toleram as “patricinhas” e os “mauricinhos”, a riqueza alheia, a civilização mais educada. Não aceitam conviver com as diferenças, tolerar que há locais mais refinados que demandam comportamento mais discreto, ao contrário de um baile funk. São bárbaros incapazes de reconhecer a própria inferioridade, e morrem de inveja da civilização”
“São bárbaros incapazes de reconhecer a própria inferioridade”, disse Constantino ao se referir a jovens pobres e negros das periferias que querem apenas ter acesso às coisas que o senso comum diz que significam sucesso: bens materiais. Isso é o capitalismo que ele, Constantino, defende.
Mas se vamos falar em inferioridade, temos que lembrar como o Ciro Gomes destruiu toda a sua tese sobre Estado e economia com apenas uma pergunta: Em quê lugar?
Na ocasião, o economista leite com pera, Rodrigo Constantino, defendia a extinção de ministérios para gerar economia de recursos públicos, usou o Ministério da Pesca como exemplo. Sim, o da Pesca que lida com pescadores, gente pobre que vive nas beiras dos rios e mares brasileiros.(clique aqui)
Rodrigo Constantino afirmou que as madames dos shoppings são “a civilização mais educada”. Como podem ser educados se leem Rodrigo Constantino?
Esses “rolezinhos” não têm nada de revolucionário ou mesmo é um movimento de protesto, mas se a repressão se intensificar e se espalhar pelo país... Eles querem apenas estar no mundo do consumo, ter acesso às coisas que os ídolos midiáticos vendem todos os dias na tevê: joias, roupas, bonés, relógios. Afinal, no capitalismo isso é sucesso. Ter as coisas. Sistema miserável esse, torna tudo e todos em mercadorias.
Será que a “nata” vai querer o que aconteceu em junho nas ruas dentro dos shoppings?
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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