Rodrigo Janot tirou a máscara
A essa altura do campeonato colocar um tucano de carteirinha no segundo maior posto do Ministério Público equivale a por Eurico Miranda para apitar os jogos do Vasco
Aos poucos, à medida que o golpe vai revelando suas reais intenções, alguns lobos já não se preocupam em manter a pele de cordeiro.
Rodrigo Janot mandou às favas as aparências. Com a escolha de José Bonifácio Borges para comandar a Vice-Procuradoria Geral da República, RJ rasgou a fantasia.
A essa altura do campeonato colocar um tucano de carteirinha no segundo maior posto do Ministério Público equivale a por Eurico Miranda para apitar os jogos do Vasco.
Há tempos Luis Nassif desnudou Janot como expoente do golpe. Aquela cara de bom moço escondia facetas que poucos podiam notar.
Se o jogo já era favorável e garantido pra um dos lados, com a nova dobradinha da PGR tem-se agora a garantia estendida.
Tudo caminha para que Aécio, Serra e companhia possam dormir o 'sono dos justos', apesar de serem citados em demasia por vários delatores.
Numa dessas delações, que a mídia divulga para nunca mais voltar a falar, o ex-presidente da Transpetro e ex-líder tucano no Senado Sérgio
Machado é categórico: "No PSDB não sobra ninguém".
Mas RJ parece saudoso da política café com leite, o velho conchavo entre as oligarquias paulista e mineira para comandar o Brasil.
Saudoso também de rever o país como mero puxadinho dos Estados Unidos. Ele costuma ir à 'matriz' para desancar o Brasil em palestras e, pior, levar documentos que incriminam empresas brasileiras.
Alguém consegue imaginar uma autoridade americana vindo aqui delatar algum ato lesivo de seu país?
Deve ser porque os Estados Unidos são sempre justos em suas relações.
E agora é dada uma nova chance a RJ mostrar quem realmente é o cérebro dessa monstruosa teia de interesses por trás do golpe. A entrevista
do recém demitido advogado-geral da União coloca novamente o grupo que usurpou o poder com a bunda de fora.
Fábio Medina Osório, ex-advogado-geral da União demitido por Michel Temer, refaz o caminho que Sérgio Machado dizia sobre estancar a sangria: "fui demitido porque contrariei muitos interesses. O governo quer abafar a Lava Jato, tem muito receio de até onde pode chegar".
Mas para RJ quem deve ser incriminado por obstruir a justiça são Lula e Dilma.
E cá pra nós, Temer não tem o que temer, a Lava Jato não quer ir além de onde já chegou.
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