Roteiro para Lula responder ao quadrilheiro e canalha Sergio Moro
Já está suficientemente esclarecido que Moro é exatamente o que Lula disse que ele é: um canalha
O delinquente máximo da Operação Lava Jato, o ex-juiz Sérgio Moro, foi anunciado pelo site-esgoto O Antagonista como seu articulista quinzenal. No primeiro artigo o quadrilheiro deu o título Roteiro de perguntas para Lula, elencando uma série de questões que envergonharia um redator de trabalho escolar primário. “Neste primeiro artigo, quero fazer uma contribuição para a imprensa”, provocou. Segundo ele, alguns entrevistadores de Lula “têm sido, em geral, bem generosos com ele”. Já nessa primeira questão fica patente sua pretensão de que a mídia siga com o mesmo padrão de quando ele delinquiu sem freios quando chefiou a quadrilha do Paraná.
O jornalismo chapa-branca nunca questionou para valer a natureza dos crimes praticados por ele sua gangue contra Lula e outras vítimas do lavajatismo. Tampouco a Justiça chegou perto de punir as delinquências flagrantes da quadrilha. A começar pela montagem de uma sofisticada indústria de delação premiada para sequestrar e extorquir potenciais alvos. Seria indispensável investigar a origem do dinheiro devolvido, que pode ser de patrimônios pessoais para se livrar das garras dos sequestradores, não de desvios, como alega a quadrilha.
A destinação do dinheiro devolvido é outra incógnita. Seria necessário fazer o rastreamento para se saber se o total do que entrou nos cofres lavajatistas foi efetivamente devolvido às alegadas fontes. Sabe-se que Moro andou distribuindo dinheiro que não lhe pertencia, como no caso em que autorizou o uso de R$ 1 milhão para supostas compra e instalação de um sistema de câmeras de vigilância e de alarme para unidades da Polícia Federal (PF) no Paraná, dinheiro extorquido do doleiro Helio Renato Laniado, liberado pelo ex-juiz em delação premiada.
A mídia deveria perguntar ao quadrilheiro também por que ele e seus comparsas ignoraram as muitas denúncias sobre “caixa dois”, evasão de divisas e lavagem de dinheiro surgidas no âmbito das delações premiadas. E como tudo isso se liga às negociatas com doleiros em casos em que ele esteve envolvido, como o desvio de R$ 1 bilhão da prefeitura de Maringá e, sobretudo, o escândalo do Banestado.
Se Moro respondesse a essas questões elementares certamente a Justiça teria um farto material para tratá-lo como de fato é: um quadrilheiro. Fica respondida, assim, a primeira questão do delinquente. “Não quero parecer pretensioso, mas tenho alguma experiência em interrogar o Lula, já que tomei o seu depoimento por duas vezes na Operação Lava Jato, uma delas em uma audiência, em 10 de maio de 2017, de quase cinco horas. Sinto-me, assim, à vontade para dar algumas sugestões”, prosseguiu, se vangloriando de suas trapaças com petulância e mediocridade.
Na escolinha do professor do crime organizado, de acordo com o próprio, se aprende a “fazer a lição de casa”, estudando bem os fatos e os casos, como já fazem “os bons jornalistas” (eufemismo para se referir a seus capachos da mídia). O delinquente afirma que “Lula não se livra do passado afirmando que foi absolvido pelo Supremo das acusações de corrupção”. “Ninguém o inocentou”, sentenciou, falsificando, mais uma vez, a natureza do devido processo legal, como determina a Constituição.
Se ninguém inocentou Lula, também não o condenou. Já Moro foi declarado juiz fora da lei, que violou o Estado Democrático de Direito ao descumprir seu dever e agir à margem da institucionalidade do país. Numa definição: delinquiu. Deveria ser responsabilizado criminalmente pelos graves danos causados à sociedade ao atentar contra as garantias e às liberdades duramente conquistas em mais de um século de lutas pelo ideal republicano. E pagar pelo crime de encarcerar inocentes, principalmente Lula. Pelo rigor da lei, conforme prescreve o Estado Democrático de Direito, deveria ser duramente punido.
Quanto a Lula, o rigor da lei o inocentaria de cara. O material produzido pela quadrilha lavajatista já é suficiente para atestar sua inocência, mas há ainda a farta documentação da defesa do ex-presidente, facilmente reunida diante das violações flagrantes do devido processo legal pelos quadrilheiros comandados por Moro. Sem contar a regra simples de que a verdade está no mérito do processo, ignorado pelos que julgaram o ex-presidente. Há provas abundantes de que as sentenças são meras repetições da farsa grotesca de Moro, conforme ficou provado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em palavras claras, o definiu como delinquente, por ser infrator da lei.
Nas palavras do delinquente, a decisão do STF foi o “provável maior erro judiciário da história do Brasil, um caso Dreyfus ao contrário”. “Parte do Supremo anulou as condenações por motivos meramente formais”, falsificou. A mentira é deslavada, acintosa, típica de meliantes. “O Supremo não entrou no mérito da acusação”, afirmou com cinismo invulgar por ser óbvio que se isso ocorresse Lula seria prontamente inocentado.
Na sua escolinha de delinquência, agora como professor de jornalista fora-da-lei, é importante ensinar o entrevistador a confrontar “o candidato à Presidência com a verdade e que prossiga nas perguntas, pois as pessoas têm direito a obter esclarecimentos sobre as graves suspeitas de corrupção que pairam sobre Lula”. Pela verdadeira escola de jornalismo, Lula e ele deveriam ser questionados sobre os crimes lavajatistas. O meliante apresenta “um vasto repertório de perguntas que podem ser dirigidas ao ex-presidente, propiciando-lhe a oportunidade de esclarecer os casos de corrupção”.
A base do argumento é o mesmo de sempre, utilizado por todos que agem com má-fé cínica ou ouviram o galo cantar sem saber onde: as farsas do “mensalão” e do “petrolão”. “Não é algo trivial que os dois maiores casos de corrupção da história do Brasil tenham ocorrido durante o governo Lula”, mente o delinquente. Em ambos os casos, o mérito das acusações e as provas da defesa foram ignorados. Assim como o meliante do Paraná, o presidente do STF na época da farsa do “mensalão”, Joaquim Barbosa, se utilizou de manobras desonestas para emitir opiniões e sentenças.
Na fase da quadrilha da Lava Jato, ministros do STF como Edson Fachin, Luiz Fux e Luiz Roberto Barroso agiram abertamente contra o Estado Democrático de Direito. Pelas evidências do espectro que se formou em torno dos quadrilheiros lavajatistas, com a mídia – sobretudo o Grupo Globo – como vértice, não restam dúvidas de que o “petrolão” na verdade é um carimbo falso num projeto político corrupto e golpista que resultou no golpe do impeachment fraudulento da presidenta Dilma Rousseff e na pavimentação do caminho para a restauração do projeto neoliberal, mesmo sob o comando de miliciano nazifascista Jair Bolsonaro.
O artigo de Moro segue com outras citações, todas baseadas em suas delinquências. E chega a outras canalhices, como a farsa inventada pela direita de que Lula defende censura à imprensa, ignorando mais uma vez o que diz a Constituição. Utiliza argumentos típicos de nazifascistas, como o mantra de que Cuba e Nicarágua são “regimes autoritários”, uma tradução perfeita da sua visão autoritária e totalitária sobre o conceito de democracia. Mas já está suficientemente esclarecido que Moro é exatamente o que Lula disse que ele é: um canalha.
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