Se não começarmos a agir, a internacional fascista vai nos engolir
Se as instituições democráticas não começarem a cortar as asinhas assim que elas aparecem, essa internacional fascista crescerá e abocanhará o mundo
Muito se tem falado ultimamente no movimento de fascistização que ocorre no mundo, denominado por internacional fascista.
Por aqui, assistimos diariamente os delírios bolsonaristas ridicularizados por todos que têm um mínimo de bom senso. É o senador Girão discursando em inglês no Congresso, o deputado Nikolas Ferreira pedindo menos leis e mais homens com testosterona e o deputado Gustavo Gayer, também discursando em inglês para o bilionário Elon Musk no flopado ato bolsonarista de Copacabana, entre outros.
Ocorre que, a exemplo de suas cópias nos Estados Unidos e Europa, os parlamentares bolsonaristas e, muito menos seu líder inelegível, não têm propostas para seu país, limitando-se ao difuso discurso de Deus, Pátria, Família e Liberdade. Liberdade esta que, uma vez no poder, caberá somente aos amigos do rei, como sabemos.
Não há nenhuma proposta para o Brasil nas áreas econômica, de saúde, de educação, mas, por incrível que pareça, é esse discurso que faz com que 32 mil pessoas compareçam à praia de Copacabana para ver seu mito.
Enquanto isso, Dudu Bananinha segue viajando pelo mundo para articular a participação do Brasil nessa internacional fascista que está sendo montada. Inclusive, tem pedido sanções contra seu próprio país, numa demonstração do quanto é patriota.
O crescimento da internacional fascista não será interrompido, pelo contrário, mas depende fortemente da eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Se isso acontecer, é muito possível que haja sanções contra o Brasil. Haverá até a possibilidade de que Jair Bolsonaro, se ainda não estiver preso, recupere a elegibilidade.
Se Trump não vencer, o baque será duro, mas a fascistização ainda avançará.
Enfrentaremos tempos muito difíceis e, por isso, urge que o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, comece a indiciar os responsáveis pela organização da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. É só isso que o ministro Alexandre de Moraes está esperando para tornar seu Jair e seus comparsas, réus. E já era para isso ter acontecido.
Hoje mesmo a Folha noticiou que Gonet devolveu à PF o caso das fraudes nos cartões de vacinação para que mais diligências sejam feitas. Ocorre que esse caso talvez seja o que reúne mais provas contra Bolsonaro. Então, por que não o denunciar já? Só podemos pensar que há alguma coisa no ar que impede que esse homem comece a ser julgado.
Enquanto os indiciamentos não acontecem, as cabecinhas vão sendo colocadas para fora. Reparem que já não há mais o mínimo pudor entre os bolsonaristas.
Na semana passada, o deputado Marcel Van Hattem, dentro da Câmara, cobrou do comandante do Exército, Tomás Paiva, algo que para ele não é motivo algum para vergonha ou medo, simplesmente, um golpe.
Fora o general Paiva, que o fez brilhantemente, não houve alma capaz de repreender o golpista.
No ato do último domingo, mais uma vez seu Jair terceirizou os ataques ao ministro Alexandre de Moraes ao empresário-pastor Silas Malafaia e, por isso, se a Polícia Federal não enxergou que o pastor fez as vezes de boneco de ventríloquo de Bolsonaro, na próxima manifestação, o capitão fará jus à sua conhecida incontinência verbal.
Aliás, seu Jair deve estar pensando neste momento: “acabou, porra! Eles não têm coragem mesmo de me prender. Posso fazer o que quiser!”
Se, não só no Brasil, mas no resto mundo, se as instituições democráticas que verdadeiramente não querem o fascismo (tenho dúvidas da nossa grande mídia que vem atacando Moraes ultimamente) não começarem a cortar as asinhas assim que elas aparecem, essa internacional fascista crescerá e abocanhará o mundo.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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