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    Alex Solnik

    Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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    Seguranças do STF deixaram o terrorista agir

    "Ficaram a poucos metros dele, mas não o incomodaram", escreve o colunista Alex Solnik

    Região da Praça dos Três Poderes após explosões serem ouvidas perto do Supremo Tribunal Federal (STF), Brasília-DF (Foto: Bruno Peres/ABr)

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    Começo de noite chuvoso em Brasília. 

    Automóveis, em fila, contornam a Praça dos Três Poderes, lentamente, numa dança muito bem concatenada, como se fossem cobras com olhos luminosos desfilando no asfalto. 

    Surge um vulto solitário, caminha do estacionamento do Congresso Nacional em direção ao Palácio da Justiça, a sede do STF. Não há mais ninguém até onde a vista alcança. 

    Não vemos seu rosto, mas sabemos que leva uma mochila nas costas. 

    Ele atravessa a ruazinha que separa o Congresso do STF e pára diante da estátua da Justiça. Fica parado, olhando para ela. 

    Do interior do prédio, sai um segurança, desce a rampa rapidamente e aproxima-se do homem da mochila. Pára a uns dez metros dele. 

    O homem da mochila recua, atravessa a ruazinha de volta, sai da área do STF. Mas pára do outro lado. Na área do Congresso Nacional. 

    O segurança não o persegue, fica onde está. E nem manda que vá embora. 

    Mais dois seguranças saem do prédio, apressados, para ver o que está acontecendo, o homem da mochila dá alguns passos à sua direita, eles se aproximam, mas mantêm distância. Como se tivessem medo dele. 

    Ele apanha alguma coisa na mochila e joga na calçada do STF, a alguns metros da estátua. O artefato explode. Parece um rojão. 

    Os seguranças continuam de olho nele, mas não o atacam nem depois disso. 

    Ele joga outro rojão, mais próximo da estátua. Agora são mais de seis seguranças, observam-no, mas o deixam à vontade. 

    De repente, o homem da mochila se deita no chão de cimento, molhado, e em alguns segundos vê-se o brilho de uma explosão na altura da sua cabeça. 

    Essas cenas obtidas pelas câmeras de segurança da fachada do Palácio da Justiça mostram que o desfecho fatal poderia ser evitado se os seguranças entrassem em ação. 

    O homem da mochila poderia ser facilmente dominado antes de jogar os artefatos e se explodir, era só ele contra seis ou oito seguranças; seria preso e interrogado e as autoridades obteriam importantes informações sobre ele e seus possíveis elos com outros terroristas ou políticos. 

    Se é para ter seguranças como esses, melhor não ter seguranças.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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