Sem anistia para os golpistas
Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra o seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade.
sPara se posicionar de forma oportunista entre a esquerda e o bolsonarismo, com vistas às próximas eleições, há uma corrente política que busca minimizar a gravidade dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Em suas manifestações, esse grupo distorce o real significado do ataque à Praça dos Três Poderes, há um ano, e tenta estabelecer falsa simetria com enfrentamentos ocorridos durante outras manifestações, protagonizadas por militantes de esquerda.
Essa narrativa põe água no moinho daqueles que tentam isentar de responsabilidade quem praticou, organizou e financiou as invasões e depredações das sedes dos três poderes. Atos que tiveram o claro objetivo de instigar um golpe militar para restabelecer Jair Bolsonaro como presidente do Brasil. Não se trata porém de uma legítima manifestação pacífica por direitos que saiu de controle, mas sim de uma sucessão de ações orquestradas durante meses. Atos realizados com organização militar e táticas de guerrilha para abolir pela violência a democracia e deslegitimar a vontade dos 59,5 milhões de brasileiros que elegeram Lula.
Os acampamentos montados desde o fim do segundo turno em frente aos quartéis foram incentivados pela extrema direita, com o consentimento de comandantes militares e policiais ligados ao ex-governo, que deram proteção aos manifestantes. Do principal acampamento do gênero, montado em frente ao quartel general do Exército em Brasília, partiram os atos de vandalismo em 12 de dezembro, data da diplomação de Lula, quando bolsonaristas inconformados com o resultado das urnas queimaram ônibus e tentaram invadir a sede da Polícia Federal. Do mesmo acampamento partiu a tentativa de explodir um caminhão tanque nos arredores do aeroporto da capital, em 24 de dezembro.
Não foi por acaso que deste mesmo acampamento partiu a principal coluna de golpistas que promoveriam as lamentáveis cenas que chocaram o país em 8 de janeiro. O objetivo principal era criar um clima de pânico que poderia justificar a tão desejada intervenção militar e a destituição do governo recém-empossado.
Bolsonaro apelou para a vitimização após o resultado das eleições, na tentativa de se dissociar das atitudes golpistas de seus eleitores, antes de covardemente fugir para a segurança do autoexílio na Flórida. Basta, porém, seguir o rastro digital da “Festa da Selma” – termo utilizado como código para driblar o monitoramento das autoridades – para perceber que a senha para a tentativa de golpe foi dada pelo “gabinete do ódio” bolsonarista, permanentemente mobilizado nas redes sociais.
Como afirmou o Presidente Lula na solenidade que comemorou o aniversário da reação institucional que manteve a democracia, "todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra o seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade. E a impunidade, como salvo conduto para novos atos terroristas.
Sem anistia para os golpistas! Bolsonaro na cadeia!
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