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    Lula Miranda

    Poeta, cronista e economista. Além de colunista do 247, publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa e Fazendo Média

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    Solucionado o “bug" no establishment

    Se você, assim como eu, ainda botava fé na tal Justiça, nas instituições e nos Poderes da república, qual nada! Tudo não passou de um mero soluço da velha "Matrix" ou um bug no software do establishment. O que vale, no final das contas, e no frigir dos ovos, é o estabelecido. Vale manter os privilégios (de alguns poucos), para que se mantenham incólumes os privilegiados.

    Se você, assim como eu, ainda botava fé na tal Justiça, nas instituições e nos Poderes da república, qual nada! Tudo não passou de um mero soluço da velha "Matrix" ou um bug no software do establishment. O que vale, no final das contas, e no frigir dos ovos, é o estabelecido. Vale manter os privilégios (de alguns poucos), para que se mantenham incólumes os privilegiados. (Foto: Lula Miranda)

    A soltura de Rocha Loures, o assessor de Temer flagrado correndo e arrastando uma mala com R$500 mil, nos Jardins em SP; o criminoso deputado que ia delatar o verdadeiro chefe da quadrilha...

    Bem como a devolução do mandato de senador a Aécio Neves, quando, em verdade, a sociedade esperava a sua prisão...
    Afinal, o exemplo tem que ser dado e a lei é para todos. Não é mesmo?

    Balela! Conversa fiada para ninar inocentes úteis!

    Esses fatos, recentes, mostram que o STF não passa de uma "cortezinha", uma sinecura, feita na medida para prestigiar os amigos, recompensando-os por supostos "serviços prestados", e, além disso, para proteger certos homens em detrimento de outros homens.

    Revelam ainda que a Lava Jato, na verdade - finalmente, caiu a máscara! - não passa, no fundo e infelizmente, de um golpe jurídico para tirar o PT do poder e, mais que isso, dizimar esse partido que, em verdade, sejamos honestos, é constituído, em sua esmagadora maioria, por pessoas dignas e decentes, de uma esquerda meramente reformista e progressista. Nada mais que isso. O PT não ousou fazer ruptura alguma. Infelizmente.

    Mas isso, ser um partido reformista e progressista, já é muito nesse país de coronéis (cordatos ou não) e canalhas (doutores ou não). Um pobre-rico país que foi, desde sempre, tomado de assalto por uma elite branca e escrota, que ou mata a sua juventude negra e pobre na calada da noite, nas periferias das grandes cidades, ou a amontoa e tortura, sem pudor, mas com "justiça", nas Febens ou presídios superlotados e "medievais".

    Se você, assim como eu, ainda botava fé na tal Justiça, nas instituições e nos Poderes da república, qual nada!

    Tudo não passou de um mero soluço da velha "Matrix" ou um bug no software do establishment.

    O que vale, no final das contas, e no frigir dos ovos, é o estabelecido. Vale manter os privilégios (de alguns poucos), para que se mantenham incólumes os privilegiados.

    Mas, depois do "susto", o "soluço" já passou.

    Ou seja: a elite e os hipócritas de sempre podem voltar a respirar tranquilos e já podem, caso achem oportuno e conveniente, solicitar aos seus serviçais que limpem, lustrem e guardem, bem guardadas, e com muito esmero, as panelas que outrora batiam, de modo ensandecido e pouco elegante, em suas varandas gourmet.

    O "software da iniquidade" deve voltar a rodar normalmente - ou seja, dentro da "normalidade".

    Ah, sim! Já podem também solicitar aos serviçais, sim, os que perderão, com a reforma trabalhista, os poucos direitos que ainda possuíam; podem pedir a estes que tirem as camisas e os vestidos longos, na cor vermelha, do armário.

    Agora já está liberado até usar rupas vermelhas! Agora é de bom tom e bom gosto - digamos assim.

    Afinal, diz o velho e sábio ditado popular, "quem ri por último, ri melhor".

    E riem melhor aqueles que, desde sempre, há muitas gerações, têm a dentição perfeita e o hálito puro.

    Deve ser o tal "gosto da vitória".

    Obs: Este texto é em homenagem ao amigo Paulo Nogueira.Na nossa trincheira é assim, quando um cai, outro se alevanta.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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