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    Ricardo Nêggo Tom

    Músico, graduando em jornalismo, locutor, roteirista, produtor e apresentador dos programas "Um Tom de resistência", "30 Minutos" e "22 Horas", na TV 247, e colunista do Brasil 247

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    Sóstenes Cavalcante compra votos em nome de Jesus e não será cassado?

    "O pastor federal e deputado evangélico debocha do povo e das instituições, mostrando que o projeto de poder neopentecostal já é institucional", diz Nêggo Tom

    Sóstenes Cavalcante (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

    Para nenhuma surpresa da minha parte, o deputado Sóstenes Cavalcante, conhecido como o aspone de Silas Malafaia na Câmara dos Deputados, aparece em um vídeo de campanha do candidato a vereador Vicente Dantas (Agir), comprando o voto dos eleitores da cidade de Teresópolis, no Rio de Janeiro, em nome de Jesus e da impunidade que fazer parte da bancada evangélica lhe confere. O pastor federal e deputado evangélico, é o mesmo que tentou emplacar o PL do aborto para chantagear o governo Lula.

    O servo do senhor dinheiro e ungido pelo salvador capitalismo, condiciona a construção de uma creche na cidade serrana do Estado, ao voto no candidato a vereador abençoado por ele. Um deboche de quem tem a certeza de que não será levado ao conselho de ética e nem terá o seu mandato cassado, porque pertence a uma casta política superior da sociedade brasileira. Os neopentecostais. Aqueles que até o presidente Lula se rende em acenos patéticos, como, por exemplo, sancionar o dia da pastora e do pastor evangélico, contribuindo um pouco mais para a expansão da teologia do domínio e para a concretização do projeto de poder "evangélico" dentro de um Estado laico.

    No vídeo, Sóstenes não faz a menor questão de deixar claro que está comprando voto para o seu candidato, e promete que, se o povo de Teresópolis votar em Vicente Dantas, ele vai destinar os recursos para a construção da creche na cidade. Um atrevimento que deveria levá-lo ao conselho de ética da Câmara, para que fosse instaurado um processo de cassação de seu mandato. A fala do deputado evangélico caracteriza crime de corrupção ativa eleitoral, previsto no artigo 41-A da Lei nº 9.504/1997, que rege sobre a compra ou a venda de voto, seja com dinheiro, presentes ou qualquer favorecimento, sob cometimento de crime que pode ser punido com até quatro anos de prisão e pagamento de multa. E o candidato, além da multa, pode ter o registro ou diploma cassado.

    Se Sóstenes Cavalcante não for sequer advertido pela conduta eleitoral criminosa, agravada pelo fato de ele estar no exercício de um mandato federal, e corrompendo eleitores para um candidato apoiado por ele, teremos a certeza de que o projeto de poder neopentecostal já está institucionalizado, de fato, e a sua regência por direito é apenas questão de tempo. Gileade é logo ali, e as Aias já estão sendo selecionadas para darem à luz sob a graça do PL 1904. Nem sempre quem conta um conto, aumenta um ponto. Todos foram avisados. Quando essa horda fundamentalista tomar o poder e condicionar a liberdade dos cidadãos brasileiros à sua doutrina, haverá choro e ranger de dentes, e nem Jesus irá salvar o Brasil das garras desses lobos em pele de cordeiro. E até Deus dirá: “Eu avisei!”.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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