Temer, Robin Hood às avessas
Veja como o nosso Hood é tão generoso com os ricos. Os programas, que não são sociais, criados pela atual equipe econômica, quer perdoar dívidas tributárias das grandes empresas e do agronegócio na casa de R$ 78 bilhões somente por meio do Refis, segundo cálculos da Receita Federal. O Robin Hood tupiniquim não dá bola para os fracos e oprimidos
Acompanhando as notícias econômicas dos últimos dias que dizem respeito às medidas que o governo de Michel Temer (PMDB) anunciou recentemente, a nova alteração das metas fiscais apontam para a ampliação do rombo fiscal em cerca de R$ 159 bilhões.
Enquanto isso, o que é reportado pelos noticiários e os projetos enviados à Câmara Federal demonstram uma defesa insistente de Michel Temer e de sua trupe (PDSB, DEM, PMDB e outros partidos) em beneficiar o mercado financeiro. Essa defesa faz recordar Robin Hood, esse mesmo, herói mítico, inglês, dos tempos das Cruzadas, que segundo a lenda roubava da nobreza para dar aos pobres.
Entretanto, a verossimilhança entre Hood e Temer peca num detalhe chave: o primeiro tira da elite, da nobreza, para entregar aos pobres. Já o segundo, depena o país, retira direitos dos trabalhadores e entrega as riquezas do Brasil para o capital financeiro, para a elite econômica nacional e internacional. Nesse sentido, podemos até afirmar que Michel Temer é a versão brasileira de Robin Hood, mas às avessas.
Veja como o nosso Hood é tão generoso com os ricos. Os programas, que não são sociais, criados pela atual equipe econômica, quer perdoar dívidas tributárias das grandes empresas e do agronegócio na casa de R$ 78 bilhões somente por meio do Refis, segundo cálculos da Receita Federal.
Como muito é pouco para o ricos, essa quantia deve ser elevada, já que outros dois programas tramitam no Congresso, em forma de medidas provisórias, visam aumentar para mais as benesses aos nobres devedores.
Um deles é o Programa Especial de Regularização Tributária (Pert) que prevê R$ 35,1 bilhões de renúncia fiscal por 15 anos. O outro é o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) que prevê uma renúncia de R$ 7,6 bilhões em 15 anos ao agronegócio.
Só para frisar: muito ainda é pouco para a elite econômica. Por isto, Michel Temer, o ilegítimo, não quer só promover o abatimento de dívidas com o fisco. É preciso entregar 57 empresas públicas, entre elas a Eletrobrás para o dito mercado.
Satisfeito? Nada. "Temer Hood" ainda editou decreto que visa entregar de bandeja a reserva ambiental na Amazônia, uma área do tamanho do Espírito Santo para as mineradoras gringas.
Verdade seja dita: o presidente, impopular, quer tornar-se um ser lendário, jamais esquecido pela minoria milionária que urge em saquear o país antes do fim de 2018.
Já a população, que mais precisa do poder público, de um verdadeiro e legítimo Robin Hood, observa o encerramento de programas sociais, como a Farmácia Popular; os cortes no Bolsa Família e no "Minha Casa, Minha Vida"; acompanha a redução do FIES e do PROUNI; e sente na pele os efeitos do congelamento por 20 anos nos investimentos na saúde e na educação. Para piorar, a sociedade testemunha a destruição da legislação trabalhista e reza para que o mesmo não aconteça com a Previdência Social.
O Robin Hood tupiniquim não dá bola para os fracos e oprimidos. Não foi escolhido por esta população para ser presidente e sabe que é rejeitado por 95% dos brasileiros. Para Michel Temer e seus aliados, o importante mesmo é continuar na luta, na missão de tirar dos pobres, esses reféns da miséria, da fome e do desemprego, para dar aos ricos e desoprimidos do mercado financeiro, esses cada vez mais milionários.
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