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    Ivan Guimarães

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    Tempos Modernos

    O novo desafio a ser enfrentado pelo País é o envelhecimento da sua população. Nenhum mercado cresceu tanto e tão rápido

    (Foto: Pixabay)

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    O novo desafio a ser enfrentado pelo País é o envelhecimento da sua população. Hoje os idosos (<65 anos) correspondem a 15% da população. Em 2070 serão pouco mais de 1/3 dos brasileiros. Serão vistas mudanças estruturais na sociedade.

    Se você é atento às tendências, já percebeu que há algo no ar. Já reparou nos carrinhos elétricos nos shop’s e hipermercados transportando pessoas? Ou no aumento das vagas para sinalizadas para idosos nas ruas? E o planos de saúde que têm a palavra Senior no nome. Se você reparou nisso tudo, parabéns. Você está antenado com a grande tendência do século 21: a nova velhice! Essa denominação é horrível, mas é o que temos até aqui.

    Nenhum mercado cresceu tanto e tão rápido, em número de pessoas. Em 1980 eram 4% da população. Já em 2022 chegavam a quase 11%. Os avanços da medicina, a melhora na alimentação e das condições sanitárias explicam muito desse resultado. Em 2070 esse grupo será de quase 40% dos brasileiros.

    Embora o sentido de nova velhice mude muito, a depender de características sociais de cada indivíduo, como educação, riqueza ou experiência profissional. Num grupo tão grande e diverso é natural que as iniciativas sejam amplas e, muitas vezes, contraditórias.

    A maioria dessas pessoas contribuíram e terão direito a Previdência Social. Se o Estado lhes proporcionará uma renda de aposentadoria, o setor privado da economia deverá fornecer produtos e serviços adequados e a custo compatível para essas pessoas.

    Também aqui estão ocorrendo mudanças na forma de encarar essa nova fase da vida que é, na verdade, uma nova vida. As pessoas estão vivendo muito mais que seus pais e avós, e isso cria novos desafios.

    Os “Codycross” tupiniquins estão assistindo ao surgimento de condomínios de “jovens idosos”, que tendo criado seus filhos, têm uma nova vida pela frente. Nela não precisam de residências grandes. O imóvel com 4 dormitórios se transforma num estúdio ou pouco mais. Alguns optam por morar no mesmo condomínio com amigos. Isso já tem nome: Cohouse ou cohousing. Como tudo neste mercado, há alguma experimentação e esses condomínios surgem tanto de pequenas incorporadoras como de grupos de autogestão. A ideia é envelhecer perto de amigos com quem podemos desfrutar nosso cotidiano, com quem mantemos laços emocionais. A opção por uma vida quase minimalista – ou menos consumista - é uma regra nesse mercado. Da mesma forma que sair das grandes metrópoles para cidades menores, mas com boa infraestrutura e que não sejam distantes de centros médicos. Campo ou praia, fica a critério de cada um.

    Viagens – para os que podem - também exigem adaptações para atender ao público Sénior. Muda tanto o interesse pelos locais como a acessibilidade torna-se relevante. Nada de trecking ao monte Roraima.

    Chama a atenção o uso de tecnologia pelo público senior. Recursos de comando de voz, como a Alexa, têm se tornado muito comuns, acendendo luzes, verificando o fechamento de portas e janelas e, principalmente, chamando o socorro quando necessário. Um dos maiores riscos nessa faixa etária são as quedas, que facilmente podem levar ruptura do fêmur, impedindo que a pessoa se levante sem ajuda. Quedas também podem levar a hemorragias, que podem causar até mesmo a morte dos idosos.

    Pessoas mais velhas, independente do grau de autonomia que possuam, requerem algum tipo de supervisão. Num cenário onde o modelo social clássico - filhos cuidam de seus pais - não é mais tão universal, é preciso ter alternativas. E a tecnologia é uma delas. Além das mainstream e suas soluções abrangentes e insatisfatórias (Apple Watch, Microsoft IA,...) existem novas abordagens realmente instigantes.

    Uma delas vem de uma start-up de São Paulo, que desenvolveu um conjunto de biomarcadores (sinais como frequência respiratória, temperatura...) captados dos usuários por uma pulseira travestida de relógio (nada semelhante a Apple ou Garmin), que através da rede Wi-Fi se conecta a uma central, onde uma IA desenvolvida especialmente faz a análise e dá prognósticos sobre saúde. Os índices de acerto são superiores a 95%, para várias doenças, como cardíacas, neurológicas e infeciosas.

    Nesse campo do botão de emergência, há várias empresas e tecnologias diferentes. Todos espalham botões pela casa ou mesmo pendurados no pescoço, que se conectam por telefonia celular, Wi-Fi ou Bluetooth.

    Eu que gosto de tecnologia, e dou uma sugestão: usar a “reloginho” para verificar quedas, através de uma combinação entre biomarcadores e imputs dos acelerômetros, sem a necessidade de o usuário apertar botões. Isso agiliza a resposta, e dá à central de controle o conhecimento do assunto, que permite tomar as medidas mais adequadas, que podem ir de alguém ser convocado a ajudar o usuário a se levantar até o acionamento do SAMU.

    A vantagem dessa proposta é seu baixo custo e funcionar tanto em favelas como em imóveis de luxo. Vou deixar uma sugestão, na verdade duas, ao governador Tarcísio de Freitas: isentar os sistemas dedicados a esse público de ICMS e contratar os relógios para a PM. Seria importante parar os policiais antes de protagonizarem os atos de violência que temos visto todos os dias.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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