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    Donizeti Nogueira

    Ex-senador pelo PT do Tocantins

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    Tocantins, sete governadores em oito anos:é pouco ou quer mais?

    Tocantins, sete governadores em apenas oito anos. Será o Benedito? Como muita coisa na língua portuguesa, a origem dessa expressão tem inúmeras versões, todas de difícil comprovação em registros formais, mas ela serve para exprimir surpresa, impaciência e decepção

    Tocantins, sete governadores em apenas oito anos. Será o Benedito? Como muita coisa na língua portuguesa, a origem dessa expressão tem inúmeras versões, todas de difícil comprovação em registros formais, mas ela serve para exprimir surpresa, impaciência e decepção (Foto: Donizeti Nogueira)

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    Tocantins, sete governadores em apenas oito anos. Será o Benedito? Como muita coisa na língua portuguesa, a origem dessa expressão tem inúmeras versões, todas de difícil comprovação em registros formais, mas ela serve para exprimir surpresa, impaciência e decepção. Penso que o sentimento da maioria do povo hoje, no estado do Tocantins, é de surpresa! E quem sabe de impaciência.

    Como não ficar surpreso? Como não ficar indignado? Um processo iniciado, ainda, em 2014, contra o governador Marcelo Miranda (MDB), vir ter desfecho somente agora, a praticamente seis meses da próxima eleição? O que fazia esse processo, ou melhor, o que faziam com esse processo todo esse tempo dormitando nos escaninhos dos tribunais? Que interesses seguraram esse processo até agora? Ou que interesses fizeram o processo se movimentar só agora? Tudo é muito estranho e está descolado da realidade.

    Cassação - Decisões tardias como essa são, para mim, um sintoma revelador de que o poder mais bem remunerado do País — Judiciário — não está cumprindo com suas obrigações a contento. Assim como a recorrência deste acontecimento (cassações) vem demonstrar que em nosso estado as coisas não estão andando bem.

    Mas falando em recorrência, penso que é importante registrar a diferença entre as tramitações do atual processo e a da primeira cassação de Marcelo Miranda (2009). Naquela época, havia embates diários na imprensa, nos corredores das repartições e nas ruas, perguntava-se se ele seria ou não cassado. No processo atual, que culminou de novo com a cassação, tudo sempre esteve muito silencioso.

    Talvez isso seja porque a peleja não interessasse mais aos proponentes ou porque o Judiciário quer mesmo chafurdar o processo eleitoral no Tocantins. Aqui cabe a nós uma reflexão: a que serve mesmo esta brutal intervenção no processo eleitoral e na vida do povo tocantinense, neste momento? Não sei. Aparentemente nada.

    Não estou entrando no mérito se é justa (o que pode até ser) a cassação ou não. O que me intriga é por que demorar tanto tempo para se decidir uma pauta importante como essa, que mexe com a vida de 1,5 milhão de pessoas. Desculpe-me, eu não sou da área jurídica, mas, sinceramente, não vejo nada que possa justificar essa demora que não seja interesses ocultos agindo.

    Bem, a situação está dada, as eleições acontecerão de forma direta ou indireta. Então o que fazer para minimizar os prejuízos decorrentes deste grande atropelo? Penso que todas as forças políticas deveriam sentar-se e construir um grande acordo para eleição desse governador tampão com as seguintes características:

    1. A constituição de um grupo de trabalho suprapartidário, composto de agentes técnicos e políticos, para, em 20 dias, elaborar um plano de emergência para o governador eleito;

    2. O Eleito se ateria a administrar o estado, sem participação e interferência nas eleições de 7 de outubro de 2018; e,

    3. Todos os partidos e mandatários se comprometeriam em cooperar com o governo para o bem do estado do Tocantins e seu povo;

    Penso que isso é necessário e também possível, porque, se assim não procedermos, poderemos ter um governador se envolvendo em disputar as eleições de 7 de outubro, o que poderá ser desastroso para o estado em todos os aspectos.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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